Um alto funcionário do movimento Ennahda saudou a possibilidade de diálogo com o presidente da Tunísia, Kais Saied. Abdellatif Mekki fez seu comentário durante uma entrevista de rádio na segunda-feira e acrescentou que o líder do movimento, Rached Ghannouchi, não está segurando a posição do presidente do Parlamento.
É necessário retomar as atividades parlamentares, disse Mekki, mas só depois de corrigir todos os erros que a instituição cometeu. Ele ressaltou que o Ennahda está pedindo uma fórmula aceitável para ser acordada nesta etapa.
“O movimento discorda do presidente da República em alguns assuntos”, disse Mekki, “mas concorda com ele no nível dos princípios e integridade do governo”.
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O governante referiu a possibilidade de retomar o diálogo com Saied, apesar da rejeição anterior do movimento às medidas excepcionais que tomou no mês passado, sobretudo depois de o presidente ter decidido congelar os trabalhos do parlamento, demitir o primeiro-ministro e fiscalizar o Ministério Público.
Ele acolheu a sugestão de um encontro urgente entre Saied e Ghannouchi com o objetivo de superar a crise política no país.
A maioria dos partidos tunisinos rejeitou as decisões excepcionais de Saied, que alguns consideram um “golpe contra a constituição”. Outros apoiam os movimentos como uma forma de corrigir o curso da Revolução Jasmim de 2011.
Os observadores acreditam que os recentes acontecimentos na Tunísia são um retrocesso para o processo democrático. O país do norte da África tem sido visto como um modelo para outros países árabes que testemunharam revoluções populares contra regimes tirânicos anos atrás.