Um vídeo que emergiu recentemente expôs como prática a queima de corpos de prisioneiros do regime sírio de Bashar al-Assad por suas forças de segurança.
A rede de oposição Zaman al-Wasl afirmou ter obtido imagens exclusivas de tropas sírias incendiando cadáveres em valas comuns perto de al-Masmiya, na província de Daraa, sul do país. Segundo as informações, o registro data do período entre 2011 e 2013.
Uma fonte revelou à agência que até cem corpos eram carbonizados diariamente, como parte de uma operação conduzida pelos serviços de segurança e inteligência.
Conforme o relato, prisioneiros torturados e executados eram levados em caminhões a covas coletivas no deserto sírio, onde soldados despejavam gasolina para incendiá-los.
O vídeo — que contém imagens fortes — retrata um crime flagrante de lesa-humanidade e foi publicado nesta quarta-feira (11) no YouTube, até ser removido do site.
#Syria opposition outlet @zamanalwsl has obtained gruesome footage showing #Assad's #SAA forces transporting a truck of executed prisoners to a pit in the desert where they're set on fire en masse.
The footage was allegedly filmed in rural western #Daraa between 2011-13. pic.twitter.com/Thj1x528ry
— Charles Lister (@Charles_Lister) August 11, 2021
Vídeo mostra soldados de Assad carbonizando corpos de prisioneiros na Síria
A queima dos mortos explica, não obstante, o desaparecimento de dezenas de milhares de cidadãos sírios na última década de guerra civil e mesmo antes, à medida que Assad consolidava-se no poder e reprimia manifestações por democracia.
Algumas famílias conseguiram localizar, visitar e — eventualmente — libertar seus entes detidos, em troca de propinas extorsivas e outros mecanismos escusos. Porém, muitos outros permanecem desaparecidos na vasta rede carcerária do regime.
No último ano, surgiram evidências de que ao menos 14 mil sírios foram torturados até a morte desde 2011, quase todos executados pelas forças de Assad.
Alguns poucos corpos foram devolvidos às famílias para serem enterrados; no entanto, as marcas explícitas de tortura têm como objetivo intimidá-las e aterrorizá-las.
O vídeo recente — que demonstra método — sugere ainda que outras valas comuns, com corpos carbonizados, estejam espalhadas por todo o país.
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