A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) alertou ontem (17) que mais de 30 mil refugiados palestinos ficaram “vulneráveis” após a mais recente ofensiva do regime de Bashar al-Assad e aliados contra Daraa, no sul da Síria.
Em 25 de junho, forças do regime e milícias aliadas sitiaram a cidade de Daraa, após grupos de oposição recusarem-se a entregar armas leves, conforme acordo de 2018, cujos termos previam a rendição apenas de armamentos médios e pesados.
Em comunicado, a UNRWA reportou que o pesado bombardeio de Assad desde 29 de julho deixou mortos, feridos e deslocados entre centenas de famílias vulneráveis e reduziu a capacidade da agência de conceder serviços vitais.
Conforme a nota, mais de 600 famílias de refugiados palestinos — equivalente a três mil pessoas — agora residem dentro ou ao redor do campo; mais da metade das famílias vivem dentro do perímetro, onde as condições humanitárias são bastante precárias.
A UNRWA observou ainda que o fechamento da travessia vital de Saraya, em 30 de julho, exauriu estoques de remédios e alimentos — incluindo pão, desde 2 de agosto. Água e eletricidade também sofrem risco de corte no campo de refugiados.
O trabalho de preparação para o retorno das crianças às escolas da agência foi suspenso devido ao bloqueio e à ofensiva militar.
A entidade humanitária exortou todas as partes em conflito a salvaguardar o acesso humanitário e proteger civis e infraestrutura civil, incluindo instalações e serviços da UNRWA.
“A travessia de Saraya, que permite a passagem de pessoas e bens, deve permanecer aberta para permitir o acesso dos refugiados palestinos a serviços básicos”, enfatizou.
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