Em dia de atos em apoio ao governo de Jair Bolsonaro, convocado nos últimos meses pelo próprio presidente, e a tradicional manifestação do Grito dos Excluídos, contra o governo, tanto presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, quanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente do STF, Luiz Fux, não participaram da cerimônia de hasteamento da bandeira pela manhã, no Palácio da Alvorada.
Afastando-se de atos considerados antidemocráticos, os representantes dos poderes Executivo e Legislativo evitaram o risco de se associar às falas do presidente que, hoje, discursou em um carro de som ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão e ministros, tem tom de advertência ao Supremo Tribunal Federal (STF): “esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”. Sem citar nomes, ele exige que o presidente do Supremo puna o ministro Alexandre de Moraes, que conduz o processo contra as fakenews e o financiamento dos atos antidemocráticos no Brasil.
Rodrigo Pacheco manifestou-se em rede social na manhã desta terça-feira, 7 de Setembro, para fazer a defesa das instituições democráticas.
Pacheco lembrou o Dia da Independência, como expressão forte da liberdade nacional, e apelou para que “não deixemos de compreender a nossa mais evidente dependência de algo que deve unir o Brasil: a absoluta defesa do Estado Democrático de Direito”..
Em também se manifestou em artigo publicado hoje no Estadão, “Quando a Carta Magna fala que o poder emana do povo, refere-se à coletividade como sua verdadeira detentora, ao passo que o exercício desse poder ocorre por meio dos legítimos representantes eleitos de tempos em tempos”, escreve o senador.
Pacheco observa que o Estado de Direito submete todos ao “império do Direito” e alerta para que “se perca de vista a exata compreensão desses termos ao invocá-los, especialmente quando a ambiguidade da sua utilização possa vir a capturar a boa intenção de alguém, a ponto de misturar valores cívicos com flertes de autoritarismo. Liberdade e democracia são valores que não pertencem à direita ou à esquerda, nem são propriedade de um ou de outro grupo de cidadãos. Definitivamente, não se pode invocar o valor supremo da liberdade para corroer a democracia.“
Atos a favor de Bolsonaro ocorreram em capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Brasilia pela manhã e em São Paulo à tarde. Contra o governo e em defesa da vacinação, democracia e direitos sociais, foram organizadas atividades do Grito dos Excluídos em vários pontos de São Paulo, começando com o Café da Manhã com pessoas que vivem nas ruas da cidade e um ato conjunto à tarde no Anhangabaú.
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