Neste domingo (19), o regime sírio violou novamente o cessar-fogo e bombardeou uma aldeia na província de Idlib, matando um adolescente e ferindo uma mulher, de acordo com a Rede Síria de Direitos Humanos (SNHR).
#Idlib
Reports that a child was killed and a woman was injured as a result of regime militia artillery shelling targeting Al-Kfeir village on the outskirts of Jisr al-Shughour. pic.twitter.com/3NcJW8T3mm— On the Ground News (@OGNreports) September 19, 2021
Abdul Hadi Salman, de quinze anos, foi morto durante um bombardeio das forças de artilharia síria, na aldeia de al-Kfeir, no sul da cidade de Jisr al-Shoghour, nos subúrbios do oeste da província, informou a SNHR. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra Salman cantando sobre o martírio.
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🎥Abdul-Hadi Sulayman yang berusia 15 tahun adalah anak yang terbunuh oleh milisi rezim Assad di Al-Kfeir pinggiran Jisr al-Shughour, barat Idlib.
Allah mengabulkan keinginannya untuk menjadi syuhada.. Subhanallah..🌹💚#فريق_مجاهدون pic.twitter.com/03vX3fZjwM— Dwi_4Palestine🌹❤️📿🕋🇮🇩🇵🇸❤️🌹 (@dwi_PAL1109) September 21, 2021
A organização salienta que o bombardeio é uma violação do acordo de cessar-fogo alcançado após consultas entre os presidentes turco e russo, que entrou em vigor em 6 de março de 2020. Essa não foi a primeira vez que o regime de Assad violou o cessar-fogo na província.
“Através desta ação, as forças do regime sírio, sem dúvida, cometeram outra violação das resoluções 2139 e 2254 do Conselho de Segurança que proíbem qualquer outro ataque indiscriminado, além de violar as regras do direito humanitário internacional que enfatizam a distinção entre civis e combatentes. Ataques desta natureza espalham o terror e o pânico entre os civis, levando-os a fugir de suas terras e casas numa tentativa de alcançar a segurança e deslocando-os à força, com o número de pessoas deslocadas internamente na Síria atualmente em torno de 6,5 milhões de cidadãos sírios no total”, disse a SNHR em um comunicado. “A comunidade internacional deveria pressionar o regime sírio e seus aliados para forçá-los a compensar as vítimas deslocadas, reabilitar casas e centros vitais, apoiar o processo de transição política e pressionar todas as partes a buscar a implementação da transição política de acordo com um cronograma rigoroso que não deve exceder seis meses, permitindo assim que milhões de refugiados e deslocados internos retornem às suas casas”.
O noroeste da Síria tem sido testemunha de atividades militares esporádicas desde que o cessar-fogo foi mediado em março de 2020 pela Turquia e pela Rússia, que apoiam os lados opostos na guerra civil síria.
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O acordo acabou com uma ofensiva esmagadora do governo russo na província de Idlib, o último grande reduto rebelde no país devastado pela guerra.
O governo da Síria, que concordou com as tréguas negociadas entre a Rússia e a Turquia, prometeu restaurar o controle do território perdido durante os 10 anos de conflito.
A região noroeste da Síria, dominada pelos rebeldes, abriga cerca de 6 milhões de pessoas, muitas delas deslocadas pela guerra civil que já matou meio milhão de pessoas e deslocou metade da população do país antes da guerra de 23 milhões, incluindo mais de 5 milhões que são refugiados fora do país, de acordo com o New Arab.