Mais da metade das baixas globais causadas por bombas de fragmentação em 2020 ocorreram na Síria, revelou um relatório divulgado na última semana.
Segundo o documento publicado pela Coligação Contra as Bombas de Fragmentação (CMC), a Síria detém 52% de todas as baixas por munições do tipo ao redor do mundo. Dentre os sírios feridos, um total de 44% são crianças.
“A Síria é o único país a vivenciar uso contínuo de tais armas desde 2012 … causando imenso sofrimento humano tanto diretamente dos ataques, quanto de reminiscências explosivas deixadas para trás”, observou o relatório.
Ao longo de mais de uma década de guerra, o regime de Bashar al-Assad utilizou bombas de fragmentação contra forças da oposição em áreas predominantemente civis no país.
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A Rússia — aliada de Assad — também adotou o armamento, ao auxiliar o regime e, segundo indícios, servir de principal fornecedor ao exército sírio.
A alta mortalidade resultante do uso de bombas de fragmentação, sobretudo entre crianças, deve-se ao fato de que Assad e aliados regularmente atacam escolas e hospitais.
De acordo com o relatório, a adoção de bombas de fragmentação pela Síria é tão alta que representa 80% das baixas mundiais desde 2012, com ao menos 687 ataques com munições do tipo registrados até então.
O uso de bombas de fragmentação por Damasco e Moscou também viola a lei internacional, dado que a Convenção sobre Bombas de Fragmentação (CCM) proíbe seu emprego em campo, compra e mesmo armazenamento de tais armas.