A polícia do Egito prendeu o professor de comunicação Ayman Mansour Nada, após críticas a personalidades de mídia próximas ao regime militar de Abdel Fattah el-Sisi.
Em uma série de artigos divulgados nas redes sociais, Nada observou que a mídia de oposição na diáspora alcança um público maior entre os egípcios do que a imprensa nacional.
Em um dos textos, Nada acusou agências do governo de exercer controle efetivo sobre a imprensa, por meio de apresentadores, jornalistas e executivos próximos ao regime.
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Professor da Faculdade de Comunicação da Universidade do Cairo, Nada também submeteu um dossiê à Procuradoria-Geral sobre atos de corrupção e desvio de recursos públicos cometidos pelo reitor Mohamed Othman Elkosht.
Contudo, a promotoria ignorou as evidências compiladas por Nada e decidiu prendê-lo.
Antes de ser preso, Nada denunciou Mohamed Elkosht por ameaçá-lo na tentativa de dissuadir a publicação do artigo. Em março, Nada foi demitido da Universidade do Cairo.
Segundo ativistas, o professor permanece em custódia na delegacia de Awal el-Tagamo e comparecerá a uma audiência nesta terça-feira (27), sob acusações de “intimidar e prejudicar instituições do eEstado”, crime previsto na lei de segurança nacional egípcia.
O regime do presidente e general El-Sissi reprime violentamente acadêmicos e estudantes, em campanha agressiva contra a liberdade de expressão.