Esta sexta-feira (15) marca o 86° dia da greve de fome de Miqdad al-Qawasmeh, em protesto contra sua detenção administrativa — sem acusação ou julgamento, renovada periódica e arbitrariamente pelas autoridades da ocupação israelense.
Na última semana, a Cruz Vermelha Internacional expressou receios pelo bem estar de Miqdad e Kayed Nammoura, também prisioneiro palestino. Segundo as informações, há risco de “sequelas irreversíveis pela greve de fome mantida por tanto tempo”.
Miqdad, de 24 anos, residia em Hebron (Al-Khalil), Cisjordânia ocupada, e decidiu recentemente intensificar sua greve de fome ao recusar qualquer suplemento ou fluido.
Miqdad foi preso pelo exército israelense em janeiro e então condenado a seis meses em detenção administrativa; contudo, sua pena foi renovada em junho, sem que seus advogados sequer tivessem conhecimento sobre as acusações contra ele.
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Devido à piora em sua saúde, Miqdad foi transferido ao Centro Médico de Kaplan, na penitenciária israelense onde continua detido. Segundo o jornal Times of Israel, Miqdad não está sob vigilância devido à sua atual condição de saúde..
Ao menos outros seis prisioneiros palestinos permanecem em greve de fome há semanas, em protesto contra a detenção administrativa.
Segundo a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos (SPP), estão em greve de fome: Kayed Al-Fasfous, há 90 dias; Alaa Al-Araj, 64 dias; Hisham Abu Hawwash, 57 dias; Rayeq Bsharat, 52 dias; Shadi Abu Akar, 48 dias; e Hassan Shouka, 23 dias.
O mecanismo de detenção administrativa adotado pelo exército israelense contra os nativos palestinos “viola convenções e outros padrões internacionais que estabelecem o direito a um julgamento justo”, denunciou em relatório o SPP.
A entidade reiterou ainda que prisioneiros em detenção administrativa costumam não ter acesso a visitas de seus familiares, além de outros direitos consagrados por lei.
Desde a ocupação militar israelense sobre Cisjordânia, Gaza e Jerusalém, em 1967, foram aprisionados quase 800 mil palestinos. Atualmente, cerca de 4.500 palestinos continuam em custódia — mais de 350 prisioneiros em detenção administrativa.
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