Jornalistas palestinos disseram, ontem, que era “necessário receber proteção internacional contra as violações israelenses”.
Em um workshop organizado pelo Comitê de Apoio ao Jornalista com sede em Genebra na faixa ocupada de Gaza, os jornalistas pediram à comunidade internacional “que responsabilize os líderes da ocupação israelense por sua agressão sistemática contra jornalistas”.
“As forças israelenses devem ser levadas ao Tribunal Penal Internacional pelos crimes que perpetram contra jornalistas palestinos”, reiteraram por ocasião do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade por Crimes contra Jornalistas.
Durante o workshop, o coordenador do JSC na Palestina, Saleh Al-Masry, disse que Israel cometeu 3.678 atos de violência contra jornalistas desde o início de 2021.
“A última agressão israelense a Gaza, em maio, causou a morte do jornalista palestino Youssef Abu Hussein, bem como a destruição de 59 instituições de mídia”, destacou, acrescentando que a ocupação estava detendo 19 jornalistas.
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Al-Masry observou que Israel cometeu “94 prisões, detenções, hostilidades e deportações contra jornalistas nos territórios palestinos ocupados”.
De sua parte, o chefe do escritório da Al-Jazeera em Gaza, Wael Al-Dahdouh, explicou que as violações israelenses estavam “prejudicando o dever profissional de um jornalista”, enfatizando que os jornalistas palestinos provaram seu “desafio e resistência no desempenho de seu papel, apesar das circunstâncias e a perda de abrigo”.
“Apelo às instituições internacionais para que envidem esforços para pressionar o governo israelense a interromper seus ataques contra jornalistas”, acrescentou Al-Dahdouh.
O diretor da Rádio Al-Aqsa, Iman Zaqout, também apontou que sua rede estava enfrentando uma “guerra feroz por parte de Israel, já que aviões de guerra israelenses bombardearam nossas instituições 11 vezes desde 2006”. Ele alertou que a ocupação está “obstruindo deliberadamente” o trabalho dos jornalistas na cobertura de seus crimes.
Em um contexto semelhante, o fotojornalista palestino Yaser Qudaih pediu às instituições internacionais “que forneçam a proteção necessária aos jornalistas e parem as violações em curso da ocupação contra eles”.
Ele ressaltou que foi ferido por balas israelenses enquanto cobria a Grande Marcha do Retorno em 2018 e que ainda sofre de complicações causadas por seus ferimentos.
O diretor do programa da TV Al-Quds Today, Mohammed Abu Shawish, pediu “a todas as instituições interessadas e internacionais que forneçam proteção internacional aos jornalistas”.
O JSC é uma organização profissional e de direitos humanos sem fins lucrativos, não governamental, criada em 2016 por profissionais da mídia para defender os direitos dos profissionais da mídia e jornalistas.