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Mais de 50 anos depois, condenados pela morte de Malcolm X serão absolvidos

Malcolm X (1925-1965), líder do movimento negro por direitos civis, durante comício, provavelmente em Nova York [Bob Parent/Hulton Archive/Getty Images]

Dois homens que foram condenados pelo assassinado de Malcolm X, líder do movimento negro por direitos civis, na década de 1960, terão sua condenação anulada, anunciou nesta quarta-feira (17) o gabinete do promotor de Manhattan, Cyrus Vance.

Muhammad Aziz e Khalil Islam serão inocentados nesta quinta-feira (18), confirmaram seus advogados ao jornal americano The New York Times.

“A decisão representa um reconhecimento notável dos graves erros cometidos em um caso de gigantesca importância: o assassinato de um dos mais influentes líderes negros dos Estados Unidos na luta contra o racismo, em 1965”, reportou o Times.

Uma investigação de 22 meses conduzida pela defesa, junto da promotoria pública, concluiu que a Polícia de Nova York e o Departamento Federal de Investigação (FBI) deixaram de entregar evidências fundamentais que provavelmente resultariam na absolvição.

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Aziz e Islam passaram décadas atrás das grades pelo assassinato de Malcolm X, em fevereiro de 1965, quando três homens abriram fogo durante um ato público no teatro Audubon.

A investigação jamais identificou nominalmente quem realizou os disparos, tampouco revelou indícios de conspiração da polícia ou do governo.

Cyrus Vance, em nome da promotoria de Manhattan, desculpou-se pelo encarceramento de Aziz e Islam. Ao observar que nada pode remediá-los pela sentença, todavia, reafirmou: “O que podemos fazer é reconhecer o erro, a severidade do erro”.

“Este caso remete ao fato de que a execução da lei, ao longo da história, muitas vezes, não esteve à altura de suas responsabilidades”, comentou Vance em entrevista ao jornal nova-iorquino. “Esses homens não obtiveram a justiça que mereciam”.

O recente inquérito descobriu documentos do FBI que comprometeriam a tese adotada contra Aziz e Islam. Além disso, a promotoria sinalizou que o departamento omitiu a presença de policiais à paisana no teatro Audubon, quando ocorreu o assassinato.

Uma testemunha viva corroborou o álibi de Aziz: no momento do tiroteio, o então suspeito estava em casa cuidando de um ferimento nas pernas, como informou na época.

Aziz, hoje com 83 anos, foi libertado em 1985.

Islam, que faleceu em 2009, foi libertado dois anos depois.

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