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Líbano está pronto para discutir solução diplomática com Golfo, afirma chanceler

Ministro de Relações Exteriores do Líbano Abdallah Bou Habib, em 14 de outubro de 2021 [ANWAR AMRO/AFP/Getty Images]

O Líbano está pronto para dialogar com o Golfo e solucionar a atual crise diplomática, deflagrada por comentários de seu Ministro da Informação sobre a campanha saudita no Iêmen, confirmou o chanceler libanês Abdallah Bou Habib nesta segunda-feira (22).

Durante coletiva de imprensa em Moscou, após encontrar-se com seu homólogo russo, Sergey Lavrov, Bou Habib insistiu que relações amistosas com os países do Golfo representam uma tradição de Beirute, de acordo com informações da agência Anadolu.

“O Líbano sempre manteve relações amistosas com os estados do Golfo”, acrescentou o ministro. “Mesmo agora, preservamos relações com Omã e Catar e nosso embaixador nos Emirados Árabes Unidos continua seu trabalho”.

Bou Habib, no entanto, descreveu como “exagero” as tensões decorrentes das declarações de George Kordahi, proferidas antes de ser empossado como ministro em Beirute.

“Acreditamos que a questão de Kordahi é exagerada e pode ser solucionada através de diálogo com os países do Golfo”, enfatizou o chanceler. “Contamos com isso”.

Tensões emergiram entre os regimes do Golfo e o país levantino, após viralizar uma entrevista na qual Kordahi afirmou que os houthis — “como o Hezbollah” — agem em autodefesa.

“É claro que eles estão se defendendo”, argumentou o então apresentador de televisão. “Minha opinião pessoal é que essa guerra no Iêmen precisa acabar. Casas, edifícios, aldeias e cidades estão sendo atacados por jatos combatentes”

LEIA: Ministro libanês alegar estar aberto a ‘qualquer solução’ em nome do país

Em decorrência da entrevista, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Bahrein decidiram retirar seus embaixadores da capital libanesa.

Kordahi alegou estar pronto para renunciar “caso haja garantias de que os países do Golfo mudarão sua posição em relação ao Líbano”.

O Iêmen é assolado por violência desde 2014, quando rebeldes houthis — ligados a Teerã — capturaram grande parte do país, incluindo a capital Sanaa. Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio no ano seguinte, para restaurar o governo aliado.

A situação então se agravou e causou uma das piores crises humanitárias do mundo.

Ministro da Informação do Líbano George Kordahi é criticado por defender os houthis no Iêmen [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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