Nesta quarta-feira (24), a Austrália formalizou sua designação do movimento Hezbollah em sua totalidade — isto é, tanto o braço armado quanto o influente partido político no cenário libanês — como “organização terrorista”, segundo informações da agência Anadolu.
A Ministra de Assuntos Internos Karen Andrews afirmou ao parlamento que não há lugar em seu país para “ideologias de violência e ódio”.
Segundo Andrews, o grupo vinculado ao regime iraniano “ameaça executar ataques e fornece apoio efetivo a grupos terroristas na região”. A ministra reafirmou ainda que seu braço paramilitar da organização foi criminalizado na Austrália em 2003.
O movimento libanês é acusado de enviar combatentes à Síria, para conferir apoio ao presidente Bashar al-Assad. Além disso, políticos e apoiadores do Hezbollah tentam obstruir a investigação sobre a explosão no porto de Beirute, em agosto de 2020.
A Arábia Saudita — que convocou o retorno de seu embaixador no país levantino, em outubro último — culpa o grupo xiita por prejudicar as relações entre as partes e influenciar decisões fundamentais ao desenvolvimento do estado libanês.
A monarquia também acusa o Hezbollah de enviar combatentes ao Iêmen, onde uma coalizão do Golfo enfrenta outro grupo ligado a Teerã — isto é, rebeldes houthis que tomaram os principais centros urbanos do país, incluindo a capital Sanaa.
LEIA: União Europeia não rotulará o Hezbollah como organização terrorista
Camberra também designou a rede paramilitar neonazista The Base como entidade terrorista. Ao descrever o grupo como “violento e racista”, Andrews observou que as agências de segurança australianas têm ciência de planos para conduzir atentados no país.
As operações do The Base — incluindo campos de treinamento no exterior — foram também criminalizadas pelos governos do Canadá e Reino Unido.
“Designar tais organizações como ilegais envia uma mensagem claríssima de que a Austrália condena o uso do terrorismo como meio para fins políticos, ideológicos ou religiosos”, argumentou a ministra. “Não há causa alguma que justifique matar inocentes”.
Andrews reiterou que a ameaça do terrorismo internacional é ainda iminente. Desde 2013, o governo australiano reservou mais de US$69 milhões em programas para combater manifestações de extremismo ou “associações de ódio” que operam no país e no exterior.