Mais de trinta universidades britânicas vivenciaram na segunda-feira (29) uma campanha pelo desinvestimento acadêmico ao apartheid israelense, perpetuado na Palestina ocupada.
Para marcar o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, um Dia Nacional de Solidariedade Acadêmica foi então organizado pela ong Friends of Al-Aqsa (FOA).
Ativistas lançaram uma campanha para que estudantes escrevam a seus reitores para pleitear a revogação de negócios com companhias notoriamente cúmplices da ocupação — como Rolls-Royce, Hewlett Packard (HP), BAE Systems e Booking.com.
Ao mencionar o relatório do Human Rights Watch (HRW) que constatou o crime de apartheid, universitários de Londres, Nottingham, Birmingham, Plymouth, Glasgow e outras cidades reivindicaram o fim de acordos com as empresas associadas às violações.
“A Rolls-Royce fabrica partes dos jatos combatentes F-35, utilizados por Israel para atacar Gaza; a Hewlett-Packard fornece tecnologia aos sistemas dos postos de controle, em violação do Artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, observou a ong britânica.
Ismail Patel, diretor da Friends of Al-Aqsa, reafirmou: “O desinvestimento é um importante mecanismo não-violento para pressionar uma empresa a reavaliar sua política”.
“Quando uma universidade retira investimentos, há uma poderosa mensagem ao setor privado de que a comunidade acadêmica não aprova suas ações”, acrescentou. “Os estudantes têm um enorme poder em mãos para responsabilizar as instituições”.
Hannah, graduanda da Universidade Queen Mary, observou: “Como estudantes, repudiamos a cumplicidade de nossas instituições com abusos de direitos humanos. Não pagamos matrícula para investi-la no apartheid. Pedimos à reitoria que aja imediatamente”.
Segundo a Friends of Al-Aqsa, as universidades britânicas possuem hoje £450 milhões (US$598.7 milhões) em investimentos “associados ao apartheid israelense”.
Em 2020, a Universidade de Manchester revogou negócios estimados em mais de £10 milhões (US$13 milhões) com empresas vinculadas à ocupação da Palestina, após anos e anos de campanha conduzida por organizações de direitos humanos.
Dentre as empresas afetadas está a fabricante de tratores Caterpillar, que fornece equipamento ao exército israelense para demolir casas palestinas na Cisjordânia ocupada.
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