A relutância dos Estados Unidos em suspender todas as sanções contra o Irã é o principal obstáculo à eventual restauração do acordo nuclear assinado em 2015, afirmou neste domingo (5) um oficial da chancelaria iraniana, segundo informações da agência Reuters.
Conversas indiretas entre Washington e Teerã foram interrompidas na sexta-feira (3), sob a promessa de serem retomadas na próxima semana. Contudo, negociadores ocidentais expressam apreensão sobre as demandas abrangentes da república islâmica.
“Está claro que a hesitação da Casa Branca em desistir das sanções é o principal desafio às negociações”, afirmou o oficial anônimo à agência de notícias Tasnim.
“Acreditamos que um acordo está dentro do alcance, caso o governo americano abdique de sua campanha de máxima pressão e caso os países europeus demonstrem vontade política e flexibilidade durante as negociações”, acrescentou a fonte.
Em abril, o Irã e potências globais deram início a uma série de conversas para tentar restaurar o pleno cumprimento do pacto por todas as partes, após o ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump abandoná-lo unilateralmente três anos atrás.
As conversas, porém, foram interrompidas em junho pela eleição do presidente linha-dura Ebrahim Raisi, notório por sua proximidade com o aiatolá Ali Khamenei.
Um ano após a restituição de duras sanções contra Teerã, o regime islâmico começou a violar gradualmente suas restrições impostas sob o acordo.
O Irã reivindica que todas as sanções sejam suspensas via processo verificável.
Neste sábado (4), um oficial do Departamento de Estado americano insistiu que seu governo quer restaurar o acordo, mas advertiu que o tempo está acabando.