Duas meias-irmãs suíças, cuja mãe as levou para fora do país com ela quando se juntou ao grupo militante do Daesh no Oriente Médio em 2016, foram repatriadas de um campo no deserto no nordeste da Síria, disse o Ministério das Relações Exteriores da Suíça na terça-feira, conforme relatou a Reuters.
A menina mais velha, agora com 15 anos, sofreu um grave ferimento por estilhaço na perna, exigindo três operações, enquanto a mais jovem estava com problemas de saúde.
O ministério confirmou que repatriou as duas menores do campo de Al-Roj, no nordeste da Síria.
“As crianças chegaram a solo suíço no dia 6 de dezembro, no aeroporto de Genebra, depois de passar pelo Iraque”, disse a agência em um comunicado.
A repatriação, considerada a primeira do gênero para a Suíça, foi realizada com o consentimento da mãe.
O governo havia dito anteriormente que ela ainda estava no campo e que tem várias nacionalidades, embora sua cidadania suíça tenha sido retirada por motivos de segurança. As meninas têm pais diferentes em Genebra.
O caso foi levantado por especialistas em direitos humanos das Nações Unidas em abril.
Os especialistas disseram, então, que as meninas teriam sido sequestradas em 2016 por sua mãe, que se juntou ao Daesh. Um alto funcionário suíço disse à Reuters, na época, que estava trabalhando muito para que as meninas fossem mandadas para casa.
Os campos Al-Hol e Al-Roj, administrados por forças curdas sírias, mantêm cidadãos de cerca de 60 países que fugiram dos últimos enclaves do Daesh.
Mais de 60.000 pessoas, dois terços delas crianças, estão detidas em campos para famílias associadas aos combatentes do Daesh. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que visitou os campos, descreveu-os como uma “tragédia à vista de todos”.
O ministério reafirmou sua política de 2019 no que chama de “viajantes motivados pelo terrorismo”, o que coloca a segurança suíça em primeiro lugar. A repatriação só pode ser considerada para menores em tais situações, mas algumas mães se recusam a se separar, disse.
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