O grupo Advogados do Reino Unido por Israel (UKFLI) ameaçou processar a Universidade de Londres após uma de suas associações estudantis aprovar por vasta maioria o boicote a empresas que auxiliam na ocupação da Palestina histórica.
As informações são do jornal britânico The Jewish Chronicle.
O lobby sionista interveio na questão, ao alegar ilegalidade na campanha civil, sob o argumento de que o grêmio estudantil é registrado como entidade beneficente.
Segundo os advogados pró-Israel, a medida não está de acordo com seu status beneficente, tampouco respeita objetivos e metas da organização discente, incluindo “avanço na educação” e “promoção de interesses e bem-estar na cidade universitária”.
De acordo com a carta do grupo sionista, há uma “distinção fundamental” entre melhorar a vida de estudantes de grupos minoritários e apoiar a “causa dos palestinos contra Israel”
LEIA: Estudantes da City University votam para boicotar Israel, em nova vitória do BDS
“Os estudantes têm direito de apoiar uma campanha política como indivíduos, desde que o façam de maneira legal. A Cidade Universitária, no entanto, não pode conduzir a campanha pois é uma entidade beneficente e seus recursos, instalações e equipes devem ser utilizados para promover tais objetivos”, insistiram os advogados sionistas.
Na última semana, o grêmio conhecido como Cidade Universitária realizou um encontro para incluir ou não a ocupação israelense em seus esforços anticoloniais. A proposta de desinvestimento foi aprovada por 93% dos estudantes presentes.
O grupo Amigos da Palestina celebrou a decisão como “vitória para a causa palestina e para o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções [BDS]” e prometeu ajudar na investigação sobre o envolvimento da Universidade de Londres com empresas cúmplices da ocupação.
No entanto, a organização de direitos humanos advertiu contra uma eventual negativa da diretoria da instituição: “Falhar com essa moção, aprovada democraticamente, seria como falhar com os próprios estudantes e com a democracia”.
LEIA: Reino Unido e Austrália alinhados com o Apartheid israelense