A Unesco incluiu a caligrafia árabe em sua lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade na terça-feira.
O reconhecimento ocorreu após uma indicação liderada pelos sauditas, que incluiu 16 países de língua árabe. O reino havia declarado os anos de 2020 e 2021 como os “Anos da Caligrafia Árabe”, parte dos quais foi a convocação para que a forma de arte fosse incluída na lista da Unesco.
Reagindo ao anúncio, o ministro da Cultura da Arábia Saudita, príncipe Badr Bin Abdullah Bin Farhan, disse: “Damos as boas-vindas à inscrição da caligrafia árabe, que é o resultado do Reino defendendo esse aspecto precioso da autêntica cultura árabe”.
🔴 BREAKING
New inscription on the #IntangibleHeritage list: Arabic calligraphy: knowledge, skills and practices.
Congratulations 🇸🇦 – 🇩🇿 – 🇧🇭 – 🇪🇬 – 🇮🇶 – 🇯🇴 – 🇰🇼 – 🇱🇧 – 🇲🇷 – 🇲🇦 – 🇴🇲 – 🇵🇸 – 🇸🇩 – 🇹🇳 – 🇦🇪 – 🇾🇪! 👏
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— UNESCO 🏛️ #Education #Sciences #Culture 🇺🇳😷 (@UNESCO) December 14, 2021
De acordo com um comunicado do órgão da ONU, a caligrafia árabe é “a prática artística de escrever a língua árabe de maneira fluida para transmitir harmonia, graça e beleza”.
O site da Unesco define o patrimônio cultural imaterial como “um fator importante na manutenção da diversidade cultural em face da crescente globalização”. Sua importância “não é a manifestação cultural em si, mas sim a riqueza de conhecimentos e habilidades que são transmitidos de uma geração a outra”.
“A fluidez da escrita árabe oferece possibilidades infinitas, mesmo dentro de uma única palavra, já que as letras podem ser esticadas e transformadas de várias maneiras para criar diferentes temáticas.”
De acordo com um site especializado na forma de arte, a caligrafia árabe começou com a primeira versão escrita do Alcorão por Zaid Ibn Thabit durante o califado de Othman Ibn Affan (644-656 dC). Essa versão foi escrita usando o manuscrito Jazm, um dos primeiros predecessores do Cúfico.
O desenvolvimento inicial da escrita árabe continuou durante a dinastia omíada com base em Damasco, com a arquitetura icônica e a caligrafia na Mesquita do Domo da Rocha em Jerusalém.
A caligrafia árabe está entre as 35 novas entradas da lista, que também inclui: bordados palestinos e a tradição de falcoaria de 4.000 anos que ainda é praticada em várias partes do mundo, especialmente nos países do Golfo.