Fontes militares iemenitas anunciaram a morte de quatorze soldados sudaneses após um ataque lançado na quinta-feira (16) por houthis contra locais relacionados à Coalizão Árabe.
O ataque ocorreu no distrito de Harad, na província de Hajjah, perto da fronteira com a Arábia Saudita.
O Sudão é membro da Coalizão Árabe liderada pela Arábia Saudita no Iêmen desde 2015 para apoiar o governo que enfrenta rebeldes perto do Irã. As duas partes estão envolvidas em uma guerra sangrenta que mergulhou o país em uma das piores crises humanitárias do mundo.
Desde a tomada de Sana’a em 2014, os rebeldes controlam a maior parte do norte do Iêmen, apesar do apoio da coalizão às forças do governo iemenita.
O Sudão, um dos países mais pobres do mundo, enviou dezenas de milhares de soldados, sobretudo aqueles de origem Janjaweed — as ex-milícias acusadas de atrocidades na região de Darfur.
No final de 2019, o Governo de Transição do Sudão, proveniente da Revolução Sudanesa, anunciou que o número de soldados que operavam no Iêmen havia sido reduzido de quinze mil no início do conflito para cinco mil.
Em janeiro de 2020, dezenas de sudaneses manifestaram-se em Cartum para exigir o retorno de seus parentes, que, segundo eles, foram recrutados por uma empresa dos Emirados Árabes Unidos para combaterem na Líbia e no Iêmen.
A Organização das Nações Unidas estimou que, até o final deste ano, a guerra no Iêmen teria matado 377 mil pessoas após sete anos, incluindo 227 mil devido a causas indiretas de conflito, como falta de água potável, fome e doenças.
A guerra também causou o deslocamento de milhões de pessoas. Mais de 80% da população — de um total de 30 milhões de pessoas — depende da assistência internacional.