O chefe do Conselho Soberano do Sudão, Abdel Fattah Al-Burhan, disse ontem que apoia o primeiro-ministro do país, Abdalla Hamdok, acrescentando que as novas nomeações para o gabinete foram feitas em coordenação entre as duas partes.
“Os procedimentos e as nomeações que ocorreram após o acordo político de 21 de novembro foram feitos em coordenação entre mim e Hamdok”, anunciou Al-Burhan durante seu encontro com o Comando Geral das Forças Armadas e Forças de Apoio Rápido na capital, Cartum.
O governo de transição, destacou Al-Burhan, consistiria em “representantes apartidários”.
O oficial sudanês pediu aos oficiais do exército “que não prestem atenção a rumores que visam a unidade do sistema de segurança”.
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Desde 25 de outubro, o Sudão tem testemunhado protestos contra as medidas tomadas por Al-Burhan, incluindo a declaração do estado de emergência, a dissolução do conselho de soberania, a demissão de ministros de transição, a demissão de Hamdok e a prisão de líderes políticos e funcionários. O movimento foi condenado por governos internacionais, enquanto alguns o consideraram um “golpe militar”.
Um mês depois, Al-Burhan e Hamdok assinaram um acordo político que incluía o retorno deste último ao cargo de primeiro-ministro, a formação de um governo, a libertação de presos políticos, bem como os esforços conjuntos de ambos os líderes para concluir um caminho democrático.
Os protestos, no entanto, continuaram enquanto os apelos ao governo civil e ao fim do envolvimento militar no governo continuam.