Analistas libaneses descartaram um recente apelo do Presidente Michel Aoun por um diálogo nacional ao descrevê-lo como “tarde demais”.
Segundo o jornal Al Quds Al Arabi, alguns observadores reafirmaram que o chamado “não propõe nenhuma novidade” e está bastante aquém das expectativas. Outros denunciam tentativas de Aoun de distanciar-se do sistema político que efetivamente lidera.
Na segunda-feira (27), Aoun fez um apelo por diálogo nacional entre as diferentes partes que governam o país, a fim de superar a situação de paralisia política.
“A interrupção deliberada e não-justificada que leva ao desmantelamento das instituições e à dissolução do estado deve acabar”, declarou Aoun em discurso televisionado, ao acrescentar que tais práticas podem culminar na “ruína do estado”.
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Aoun também pediu ao parlamento que aprove legislações importantes, incluindo: controle de capital, recuperação financeira, descentralização administrativa e estratégias de defesa.
Ao comentar sobre o pronunciamento, o ex-ministro Richard Kouyoumjian, chefe do Departamento de Assuntos Estrangeiros do partido Forças Libanesas, argumentou que as estratégias de defesa deveriam ser debatidas pelo exército e não abordadas na arena política.
No Twitter, Kouyoumjian insistiu que Aoun deveria ordenar o Hezbollah a entregar suas armas e tornar-se um movimento unicamente político, ao afastar-se, portanto, das operações da Guarda Revolucionária Iraniana.