O regime de Bashar al-Assad torturou até a morte ao menos 653 refugiados palestinos, desde o início da revolução na Síria, que deflagrou-se em guerra civil, no início de 2011, segundo relatório publicado pelo Grupo de Ação para os Palestinos na Síria (GAPS).
Quatro refugiados palestinos foram mortos sob tortura na vasta rede penitenciária do regime, em 2021. Três das vítimas foram identificadas como Majed Al-Madani, Mahmoud Kadoura e Mohamed Ibrahim Kamal; o quarto detento permanece anônimo por “questões de segurança”.
O GAPS também reportou que mais de 1.790 pessoas permanecem em detenções secretas administradas pelo regime.
O verdadeiro número de mortos, torturados e desaparecidos é provavelmente muito maior do que registrado até então. Autoridades sírias tendem a não notificar as mortes e as famílias dos prisioneiros permanecem em silêncio por medo de represálias.
Segundo estatísticas de dois anos atrás, ao menos 34 vítimas palestinas de assassinato sob tortura eram mulheres; cerca de 110 palestinos morreram em custódia.
O GAPS “continua a reivindicar do governo sírio que revele o destino de inúmeros palestinos mantidos em suas celas, devolva os corpos dos torturados, trabalhe para dar fim às táticas de tortura, conduza inquéritos sob tais crimes e leve os envolvidos à justiça”.
Muitos analistas e ativistas consideram que a política de execução e tortura contra refugiados palestinos — além de 14 mil outras vítimas — contradiz alegações de apoiadores e aliados de Assad de que seu governo defende a causa palestina.