O Presidente da Tunísia Kais Saied alegou ter planos para dissolver o Supremo Conselho Judiciário, em meio a tensões com seus representantes, reportou a agência Anadolu.
Segundo comunicado do presidente conservador, sem partido, divulgado neste domingo (6), o órgão de estado “tornou-se uma coisa do passado”.
“Este conselho tornou-se um lugar onde cargos e indicações são vendidos de acordo com fidelidade”, acrescentou Saied. As ameaças precedem atos marcados por apoiadores, que reivindicam a dissolução do conselho responsável pela independência da justiça.
“É seu direito protestar e é seu direito que dissolvemos o Supremo Conselho Judiciário”, insistiu o presidente, que acusa o órgão de protelar decisões sobre terrorismo e corrupção. Opositores e analistas alertam que tais processos promovidos por Saied têm motivação política.
O conselho não comentou as declarações da presidência, até então.
Em julho de 2021, Saied assumiu “medidas excepcionais”, ao destituir o premiê, suspender o parlamento e assumir plena autoridade executiva, em meio à crise econômica e à estagnação política. O presidente alega “salvar” o país, mas críticos apontam para um golpe de estado.
A Tunísia é o único país que aparentemente obteve êxito em sua transição para a democracia, após a chamada Primavera Árabe, que vivenciou revoluções populares para superar ditaduras de longa data, incluindo no Egito, na Líbia e no Iêmen.
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