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Juízes da Tunísia pedem boicote ao novo Supremo Conselho Judiciário

Protesto contra a decisão do presidente tunisiano Kais Saied de dissolver o Supremo Conselho Judiciário, em frente ao Palácio da Justiça em Túnica, 10 de fevereiro de 2022 [Yassine Gaidi/Agência Anadolu]

O escritório executivo do Sindicato de Magistrados Administrativos da Tunísia (UMA) pediu aos profissionais do país que não reconheçam e boicotem os trabalhos do novo Supremo Conselho Judiciário, designado em caráter “provisório” pelo presidente Kais Saied.

Em nota compartilhada no Facebook, o sindicato alertou que a dissolução e indicação de um novo conselho “representa violação flagrante do princípio de separação dos poderes” e “prejudica o direito dos juízes de escolher seus homólogos … através de eleições justas”.

Segundo o comunicado, a decisão de Saied de impor um conselho provisório, alinhado com seus avanços recentes, sob o pretexto de combater a corrupção, constitui um golpe contra a justiça e prejudica o papel do judiciário de proteger liberdades civis e o estado de direito.

O sindicato expressou prontidão para “engajar-se de todas as formas na luta em defesa da independência do judiciário e confrontar todos os ataques contra sua autoridade”.

O Diário Oficial da Tunísia publicou neste domingo (13) um decreto presidencial para instituir um órgão provisório no lugar dos membros atuais. Segundo o decreto, o conselho outorgado por Saied “desfruta de independência funcional, administrativa e financeira”.

Após ameaças, o presidente conservador, sem partido, dissolveu o conselho responsável pela independência da justiça, ao descrevê-lo como “coisa do passado”.

LEIA: ONU pede que Saied restaure o Supremo Conselho Judicial na Tunísia

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