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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Puma sob pressão para encerrar patrocínio esportivo ao apartheid israelense

Campanha contra patrocínio da Puma à Associação de Futebol de Israel (IFA)

A maior fabricante de itens esportivos da Europa, a Adidas, revogou seu lucrativo acordo com o futebolista francês Kurt Zouma, após o atleta da Premier League ser registrado em vídeo agredindo um gato. A postagem foi compartilhada por seu irmão nas redes sociais. O zagueiro do West Ham passou então a enfrentar críticas e mais críticas pelo ato de crueldade.

De fato, sua equipe multou Zouma em £250 mil libras, equivalente a duas semanas de remuneração. Zouma perdeu ainda seu acordo de seis dígitos com a marca Adidas e uma empresa de seguros suspendeu sua parceria com o West Ham United. O drama viralizou nas redes sociais e parece custar ao jogador e seu clube uma verdadeira fortuna. Felizmente, os dois gatos de Zouma foram resgatados pela Sociedade Real para Prevenção da Crueldade aos Animais (RSPCA). Uma investigação penal ainda está na mesa.

Dada a resposta justa da Adidas à agressão aos mascotes inocentes de um atleta sob contrato, vale questionar se a corporação rival Puma vai assumir medidas semelhantes sobre seu relacionamento com Israel. Dia após dia, policiais e soldados do estado de apartheid distribuem socos e pontapés em homens, mulheres e crianças palestinas. Não nos esqueçamos também das vidas inocentes ceifadas quando crianças em idade escolar são assassinadas por franco-atiradores e bombardeios israelenses. Nas redes sociais, a brutalidade da ocupação israelense contra o povo palestino está exposta para todo o mundo ver.

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Não obstante, a Puma continua a patrocinar a Associação de Futebol de Israel (IFA). Dezenas de milhares de pessoas no Reino Unido assinaram uma petição para exigir que a corporação encerre seu acordo com a entidade esportiva, responsável por promover partidas internacionais nos assentamentos instaurados ilegalmente em terras nativas. Além disso, atletas palestinos são tratados de forma hedionda por autoridades da ocupação.

No entanto, nada disso basta para que a Puma mude sua política de patrocínio. Lamentavelmente, a reação do público ocidental sobre a violência imposta a crianças palestinas não é tão vigorosa quanto diante da crueldade aos animais. Ambas deveriam ser condenadas igualmente e o agressor deveria ser responsabilizado sem qualquer protelação.

Quem sabe, haja alguma mudança de postura no próximo sábado (19), quando deve ocorrer um dia de mobilização em frente às lojas e varejos da Puma, para demandar o fim de seu apoio instrumental ao apartheid israelense. Quem sabe, tais esforços tão necessários façam a balança pender a favor da justiça.

Segundo comunicado de imprensa da Campanha de Solidariedade Palestina (CSP), um memorando interno da Puma, que vazou ao público, admitiu que celebridades e parceiros de negócios estão questionando o apoio da marca às políticas de colonização e apartheid implementadas por Israel. Um advogado da empresa confirmou à campanha que todo este escrutínio está dificultando sua posição no mercado.

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A Puma tem duas alternativas aceitáveis: deixar de renovar seu contrato com a Associação de Futebol de Israel, que expira naturalmente em junho, ou romper laços com o estado de apartheid imediatamente, deixando claro que a justificativa para tanto são as violações perpetuadas contra o povo palestino. Se a Adidas foi capaz de encerrar seu patrocínio a um esportista de destaque, dentro de apenas 48 horas, pela violência cometida contra um gato, então a Puma certamente pode cortar vínculos com o apartheid israelense sem demora. Trata-se de uma janela aberta; que a Puma não perca tamanha oportunidade.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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