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Houthis e Síria reconhecem independência de Donetsk e Lugansk, com apoio da Rússia

22 de fevereiro de 2022, às 11h25

Explosão em uma usina nos arredores de Schastya, na província de Lugansk, no leste da Ucrânia, um dia após Moscou reconhecer a independência do território separatista e enviar ‘tropas de paz’ à região, em 22 de fevereiro de 2022 [ARIS MESSINIS/AFP via Getty Images]

Nesta segunda-feira (21), o Presidente da Rússia Vladimir Putin reconheceu a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia — Donetsk e Lugansk, na região de Donbass. Em seguida, o regime sírio de Bashar al-Assad e o governo houthi no Iêmen anunciaram seu apoio à posição de Moscou.

Segundo a imprensa estatal da Síria, o chanceler Faisal Mekdad comentou sua posição: “Nós cooperamos com as repúblicas de Donetsk e Lugansk há muito tempo e acreditamos que as condições atuais ajudarão a expandir esta colaboração”.

“Há mais de onze anos, a Síria é submetida a uma guerra terrorista sem precedentes e todos sabemos que conquistamos uma importante vitória em campo contra o terrorismo, graças a nossas Forças Armadas e ao apoio de aliados e amigos, sobretudo a Rússia”, insistiu Mekdad.

O chamado Governo de Salvação Nacional do Iêmen (GSN), sediado na capital Sanaa, fez coro ao “reconhecimento russo da independência das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, conforme declaração divulgada no Twitter por Muhammad Ali al-Houthi, membro do Supremo Conselho Político, órgão executivo do gestão iemenita.

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Putin assinou um decreto reconhecendo ambas as províncias como repúblicas independentes, ao enviar “tropas de paz” à região. Em discurso televisionado, o presidente descreveu a área – reconhecida como parte da Ucrânia pela comunidade internacional — como “terras antigas da Rússia … administradas por potências estrangeiras”

O idioma mais comum em Donetsk e Lugansk é justamente o russo. O território de Donbass é dividido entre tropas de Kiev e separatistas apoiados pelo Kremlin. Os separatistas tomaram o poder em 2014, para instituir um plebiscito por sua independência.

Outros países como Cuba, Nicarágua e Venezuela devem reconhecer oficialmente ambas as repúblicas em breve.

União Europeia, Estados Unidos e OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) condenaram as ações de Moscou.

Segundo a Casa Branca, o presidente Joe Biden assinará um decreto executivo para impor sanções às províncias separatistas. Após as declarações de independência, o Secretário de Estado, Antony Blinken, prometeu no Twitter uma “resposta firme e imediata” e “medidas adequadas em coordenações com parceiros”.

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