Cerca de 800 refugiados iraquianos radicados no nordeste da Síria retornaram a seu país natal nesta semana. Outras centenas de refugiados devem ser repatriados em breve, à medida que Bagdá busca resgatar seus cidadãos do vizinho assolado pela guerra.
Segundo a agência de notícias AFP, um oficial curdo observou que o governo iraquiano “consentiu com o retorno de 800 famílias”, a partir da última quinta-feira (3).
O primeiro grupo de refugiados deixou a Síria em ônibus fretados através da travessia de fronteira de al-Yarubiyah, confirmou o Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH).
Após a derrota militar do Estado Islâmico (Daesh) em 2019, combatentes da entidade terrorista foram capturados e detidos no nordeste da Síria e suas famílias foram transferidas a campos de detenção controlados pela oposição curda ao regime de Bashar al-Assad.
Muitas mulheres e crianças mantidas nos campos possuem cidadania estrangeira, em particular, dos estados vizinhos, além de nações asiáticas e europeias. Alguns países tentaram repatriá-los, mas prevalecem receios de eventual ameaça à segurança nacional.
Bagdá buscou assumir medidas para reduzir o risco. Ao destacar a importância de seu retorno devido à “árdua situação econômica na Síria”, reafirmou um oficial iraquiano: “No decorrer do último ano, conferimos suas identidades por razões de segurança”.
O Iraque conduziu diversas campanhas de repatriação de seus cidadãos no nordeste da Síria; contudo, famílias sunitas temem retornar, sob risco de perseguição e marginalização. Milícias xiitas consideram os iraquianos repatriados como simpatizantes do Daesh.
Em janeiro de 2020, por exemplo, centenas de sunitas detidos nas cadeias iraquianos foram sentenciados a pena de morte por suposto envolvimento com atentados suicidas em Bagdá.
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