Vários museus proeminentes no Reino Unido estão boicotando um acordo cultural firmado entre os governos britânico e saudita, enquanto organizações de todo o mundo continuam a expressar preocupação com o histórico de direitos humanos do Reino.
O memorando de entendimento foi assinado perto da capital saudita, Riad, no mês passado, pela secretária de Estado da Cultura do Reino Unido, Nadine Dorries, e seu homólogo saudita, o príncipe Badr bin Abdullah, com o Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido (DCMS), afirmando que a iniciativa “envolve o foco em colaborações nos setores de cinema, museu e patrimônio”.
A iniciativa, segundo o jornal saudita Arab News, servirá para “desenvolver a cooperação para preservar a herança saudita […], aumentar a participação em festivais culturais e programas de residência artística entre instituições governamentais e privadas, realizar programas de capacitação e seminários culturais conjuntos”.
Essas instituições incluem museus, em particular, com o DCMS anunciando que “todos os 1.800 museus do Reino Unido podem participar. Também envolve uma missão comercial em seus estágios iniciais”.
Vários museus britânicos, no entanto, se recusaram a participar da iniciativa, incluindo a Tate, a National Gallery e o British Museum. O Victoria and Albert Museum também se recusou a fazer parte, segundo uma de suas porta-vozes, confirmando que “não está participando de atividades como parte do acordo cultural entre o Reino Unido e a Arábia Saudita”.
Os museus não revelaram os motivos da recusa, mas é provável que seja devido ao histórico ruim de direitos humanos da Arábia Saudita, já que a preocupação aumentou nos últimos anos com certas controvérsias, como o assassinato do jornalista exilado Jamal Khashoggi, em 2018, e outras tentativas de assassinato desde então.
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