Em conversa telefônica, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, elogiou os esforços de mediação do presidente da Turquia, Recip Erdogan, para resolver a crise entre a Rússia e a Ucrânia.
Neste domingo, o porta-voz da organização informou que a atuação turca mereceu o apreço do chefe da ONU. No diálogo, os dois líderes também abordaram diferentes iniciativas em curso para o fim do conflito, priorizando a paz como “o objetivo mais importante.”
Segurança nuclear
O chefe das Nações Unidas e o presidente turco falaram ainda de temas como a segurança nuclear e o impacto do conflito na segurança alimentar e energética em nível global.
Em nota separada, agências das Nações Unidas destacam que “a resolução pacífica para acabar com a guerra na Ucrânia é possível”.
O documento apelando ao fim imediato dos ataques ao setor da saúde na Ucrânia foi assinado pelas diretoras executivas do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, do Programa das Nações Unidas para a População, Unfpa, e pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS.
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Para o grupo de agências, esta decisão deve ser acompanhada pelo fim das restrições para que os necessitados possam receber auxílio humanitário.
Necessidades
Os representantes enfatizam casos de morte e ferimentos graves registrados entre pacientes e profissionais de saúde, além da destruição de infraestrutura vital do ramo e dos milhares de pessoas sem serviços de saúde de que precisam.
Esses atos classificados como sendo “de crueldade inconcebível” afetando pessoas mais fragilizadas, tal como bebês, crianças, mulheres grávidas e doentes, além de profissionais de saúde que “arriscam as próprias vidas para salvar outras”.
O Sistema de Vigilância de Ataques à Saúde da OMS revelou que desde o início da operação miliar russa na Ucrânia foram documentados 31 ataques ao setor. Estabelecimentos foram danificados ou destruídos em 24 incidentes, e em cinco estiveram envolvidas ambulâncias.
Pelo menos 12 pessoas perderam a vida e 34 ficaram feridas em atos que afetaram o acesso e a disponibilidade dos serviços essenciais de saúde. A OMS continua por confirmar danos mencionados em novos ataques, apesar dos pedidos de proteção ao setor.
Prioridade
O comunicado ressalta que aos contra serviços e profissionais de saúde afetam diretamente a capacidade de acesso a estes serviços essenciais, especialmente a mulheres, crianças e outros grupos vulneráveis. Neste momento necessidades aumentam em mulheres grávidas, novas mães, crianças menores e idosos.
As limitações causadas pela violência acontecem quando mais de 4,3 mil nascimentos foram registrados durante os confrontos. Outras 80 mil mulheres devem dar à luz nos próximos três meses. Reservas de oxigênio e suprimentos médicos usados para tratamento de complicações na gravidez baixaram de forma drástica.
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As agências pedem todos os esforços para evitar o colapso do sistema de saúde na Ucrânia que “está claramente sob pressão significativa”, e o respeito ao direito internacional humanitário e de direitos humanos na situação “em que sua prioridade tem sido a proteção dos civis”.
Remédios
O apelo feito às partes envolvidas é para que atores humanitários e profissionais de saúde sejam capazes de manter e fortalecer com segurança a prestação de serviços essenciais, incluindo imunização contra a Covid-19 e a poliomielite. Outra necessidade é fazer a entrega de remédios essenciais aos civis em toda a Ucrânia, bem como para refugiados que atravessam para países vizinhos.
O Unicef, a OMS e o Unfpa pedem que haja serviços de saúde sistematicamente disponíveis nas passagens de fronteira, incluindo o atendimento rápido e os processos de encaminhamento para crianças e mulheres grávidas.
As agências consideram essencial que a comunidade humanitária alcance todos os civis necessitados de forma segura e desimpedida onde quer que estejam.
Publicado originalmente em ONU News