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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Mais de 500 funcionários do Google apoiam colega que se opôs a contrato com Israel

Sede do Google em Mountain View, Califórnia, 28 de outubro de 2021 [Tayfun Coşkun/Agência Anadolu]

O Google tornou-se alvo de críticas por “atacar injustamente” uma funcionária que objetou um contrato de negócios com o exército israelense. Mais de 500 colaboradores juntaram-se em solidariedade a sua colega, ao denunciar pressão para que ela se demita devido a seu ativismo antissionista.

Os trabalhadores assinaram uma petição acusando a diretoria do Google de alvejar Ariel Koren, gestora de marketing para educação, reportou o jornal Los Angeles Times.

Koren, de família judaica, assim como um de seus colegas que se mobilizou na ocasião, exerce um importante papel em uma reivindicação dos funcionários para que a gigante de tecnologia revogue planos para construir um centro de armazenamento em nuvem em nome de Tel Aviv.

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O contrato de US$1.2 bilhão, conhecida como Projeto Nimbus, assinado em maio do último ano representa um dos maiores empreendimentos no setor do estado israelense. O Google disputou a concessão com outras corporações de tecnologia, como a Microsoft.

Google e Amazon devem fornecer serviços de nuvem ao governo e ao exército de Israel.

Em outubro, centenas de funcionários anônimos das companhias em questão repudiaram o projeto em uma carta aberta encaminhada ao jornal britânico The Guardian. Os signatários descreveram a si próprios como “trabalhadores conscientes de diversas origens”.

O documento observa que o acordo viola “valores fundamentais” ao encorajar a vigilância imposta sobre o povo palestino e, por consequência, a expansão de assentamentos ilegais exclusivamente judaicos nas terras ocupadas.

“A tecnologia que desenvolvemos deveria trabalhar para servir e emancipar pessoas em todo o mundo”, declarou a carta. “Somos moralmente obrigados a denunciar violações de tais valores fundamentais”.

“Como mulher judia contratada pelo Google, sinto profunda responsabilidade moral sobre este assunto”, enfatizou Koren, segundo o jornal Times of Israel. “Quando você trabalha para uma empresa, você tem o direito de ser responsável pela maneira como seu trabalho é empregado”.

Segundo as informações, pouco após Koren auxiliar na redação da carta, seu chefe sugeriu que fosse transferida ao Brasil ou perdesse seu cargo. Koren relatou sofrer maior escrutínio de seus supervisores desde que expôs sua apreensão sobre o Projeto Nimbus.

“Foi tudo absolutamente bizarro, absolutamente agressivo”, declarou Koren ao Los Angeles Times sobre sua mudança para São Paulo.

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O Google nega acusações de retaliação, mas Koren aponta que a mentalidade para relocá-la foi “claramente projetada” para removê-la da equipe, como forma de “retaliação”. Koren continua empregada pelo Google; sua queixa é investigada pela associação trabalhista do distrito de São Francisco, na Califórnia.

O caso de Koren reafirma tensões entre uma classe trabalhadora cada vez mais eloquente e os grandes acionistas do Vale do Silício, sobre como as corporações de tecnologia abordam o uso de seus produtos e serviços.

O episódio também alimenta denúncias sobre o Google, em particular, de que a empresa abandonou sua postura certa vez transparente para instaurar um ambiente de controle e punição administrativa contra qualquer ativismo por parte de seus trabalhadores.

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