Os Emirados Árabes desejam cooperar com a Rússia na melhoria da segurança energética global, disse o ministro das Relações Exteriores dos Emirados, sheikh Abdullah bin Zayed Al Nahyan, em Moscou, relatou a Reuters.
A invasão da Ucrânia pela Rússia atraiu uma série de sanções ocidentais e interrompeu os mercados globais de energia, destacando os exportadores de energia do Golfo, como os Emirados Árabes e a Arábia Saudita, enquanto os consumidores procuram suprimentos para substituir o petróleo russo.
Os produtores da OPEP, Arábia Saudita e Emirados Árabes, até agora resistiram aos apelos dos EUA para usar sua capacidade de produção ociosa para ajudar a conter os preços do petróleo, dizendo que estão comprometidos com um pacto de produção sob a aliança OPEP+, que inclui a Rússia.
“É importante manter a estabilidade dos mercados de energia e alimentos”, disse o ministro dos Emirados em uma coletiva de imprensa conjunta televisionada com seu colega russo, Sergei Lavrov.
Saudamos todos os esforços de mediação na crise da Ucrânia […] os Emirados Árabes estão prontos para se envolver com as partes para fortalecer as oportunidades para uma resolução pacífica
disse o sheikh Abdullah.
Os Emirados Árabes, cujas relações com o aliado de segurança, os Estados Unidos, têm sido tensas, tentaram traçar uma linha entre o Ocidente e a Rússia, com a qual também aprofundou os laços. Ele se absteve em uma votação recente do Conselho de Segurança da ONU, vetada por Moscou, condenando a invasão.
O sheikh Abdullah disse que também discutirá o Irã, a Síria e o Iraque durante suas conversas em Moscou.
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A Rússia parecia, esta semana, ter recuado de sua visão anterior de que as sanções ocidentais eram um impedimento para salvar o pacto nuclear de 2015 entre as potências globais e o Irã, no momento em que um acordo parecia próximo nas negociações de Viena.
Embora os estados árabes do Golfo tenham manifestado apoio às negociações, eles também pediram às potências globais que abordem as preocupações regionais sobre o programa de mísseis balísticos do Irã e a rede de proxies, inclusive no Iêmen, Iraque e Líbano.