Neste domingo (20), durante discurso no Knesset, o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky criticou Israel pela postura do estado sionista perante a invasão russa ao país vizinho, segundo informações do jornal hebraico Yedioth Ahronoth.
Zelensky participou por videoconferência de uma sessão do parlamento israelense, na qual comparou a ofensiva de Moscou com o Holocausto.
“Assumam uma posição agora mesmo, ao apoiar a Ucrânia contra a Rússia”, afirmou Zelensky aos parlamentares. “Os ucranianos fizeram sua escolha há 80 anos, ao salvar os judeus. Entre nós, há os ‘Justos entre as Nações’. Vocês têm uma escolha a fazer”.
Zelensky recorreu à analogia do Holocausto em diversas ocasiões, sobretudo ao reafirmar seus apelos para que Israel conceda sistemas antimísseis do Domo de Ferro à resistência ucraniana.
Zelensky, portanto, criticou duramente Tel Aviv no contexto da guerra, devido à falta de apoio efetivo a seu país. “Mediação é possível entre os estados, mas não é possível entre o bem e o mal”, acrescentou.
Mais de cem ministros e parlamentares israelenses ouviram a seu discurso. No entanto, fontes anônimas descreveram as palavras de Zelensky como “ataque excessivo e grosseiro a Israel (…) que não reflete os esforços israelenses em todos os setores”.
“Israel faz tudo o que pode para ajudar os ucranianos”, insistiu a fonte à televisão local.
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Zelensky também reiterou sua disposição para negociar com o presidente russo Vladimir Putin, como algo imprescindível para superar a guerra, e enalteceu as rodadas de diálogo conduzidas desde 24 de fevereiro, quando o Kremlin lançou sua campanha ao território vizinho.
A Turquia também se apresentou para mediar as conversas entre Moscou e Kyiv.
“O diálogo é a única saída”, enfatizou o líder ucraniano. “Penso que o encargo de firmar um acordo recai a nós dois, eu e Putin. Se houver somente um porcento de chance de dar fim à guerra, penso que temos de aproveitar essa chance”.
Não obstante, Zelensky voltou a rechaçar as concessões propostas, como o reconhecimento dos territórios separatistas a leste da Ucrânia e a desmilitarização de seu país.