Cinquenta membros da Câmara dos Representantes dos EUA do Partido Democrata pediram ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que impeça Israel de despejar à força 38 famílias palestinas e demolir sua aldeia ocupada de Al-Walaja, na Cisjordânia.
“A destruição e o deslocamento dessa comunidade iriam contra os valores compartilhados pelos EUA e Israel, ao mesmo tempo em que minaria ainda mais a segurança israelense de longo prazo, a dignidade palestina e as perspectivas de paz”, escreveram os representantes. Os signatários, incluindo Jan Schakowsky, David Price, Jamie Raskin, John Yarmuth e Mark Pocan, disseram estar preocupados com o plano de expulsão.
Eles instaram o governo Biden a trabalhar com Israel para “avançar um plano de desenvolvimento equitativo que autorize formalmente as casas existentes, forneça serviços municipais adequados e permita o desenvolvimento residencial e outros necessários da vila”.
A terra de Al-Walaja cobria quase 1.800 hectares antes de 1948. Em 1949, como parte do armistício acordado entre Israel e Jordânia, seus moradores deixaram a aldeia. Alguns se mudaram para o leste, de acordo com o grupo israelense de direitos humanos B’Tselem, estabelecendo um “novo” Al-Walaja em terras de vilarejos que cobrem cerca de 600 hectares no lado da Cisjordânia da Linha Verde. Em 1967, após a ocupação israelense da Cisjordânia, Israel anexou cerca de um terço dessa área para ficar dentro dos limites municipais de Jerusalém.
Cerca de metade dos 600 hectares que os moradores de Al-Walaja mantiveram depois de 1949 foram explorados por Israel para seus próprios propósitos desde a década de 1970. Alguns foram desapropriados para construir Gilo, um bloco de assentamentos ilegais em Jerusalém. Outros foram apreendidos por ordem militar para construir o assentamento de Har Gilo.
“O Município de Jerusalém nunca prestou serviços de governo local à parte de Al-Walaja anexada ao seu território e se recusou a aprovar planos diretores para isso”, explicou o B’Tselem. “Na falta de outra opção, ao longo dos anos, os moradores construíram casas sem licença.”
LEIA: Israel expande assentamento para isolar ainda mais Jerusalém