Nesta quarta-feira (30), a Anistia Internacional confirmou que pedirá desculpas ao Marrocos caso um inquérito independente comprove que autoridades da monarquia não utilizaram o spyware israelense Pegasus contra jornalistas e ativistas.
O grupo de direitos humanos expressou seu compromisso durante coletiva de imprensa realizada em seu escritório de Rabat, na qual apresentou um relatório para 2021 e 2022.
“O governo marroquino alega que não fornecemos evidências de nossas acusações sobre espionagem, mas encaminhamos um relatório técnico detalhado para tanto”, esclareceu Mohamed Sektaoui, secretário da Anistia no Marrocos.
Sektaoui destacou que o caso está sob análise de peritos judiciais independentes. Caso a decisão seja favorável ao regime norte-africano, sua organização apresentará “desculpas formais, ao reconhecer corajosamente seu erro”.
Há duas semanas, o Marrocos demandou provas da Anistia de suas “alegações arbitrárias”, em meio ao escândalo concernente ao controverso produto da empresa NSO, adotado para invadir celulares de repórteres e militantes civis, como Omar Radi em 2020.
Radi foi preso em julho daquele por “estupro” e “espionagem”; contudo, nega as alegações.
Em junho de 2021, o governo marroquino registrou processos por difamação contra entidades internacionais e redes de imprensa, após emergirem indícios de seu envolvimento no escândalo global de espionagem por meio do aplicativo israelense.
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