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Parlamentar deixa coalizão de governo, Bennett perde maioria no congresso

Idit Silman, parlamentar israelense filiada ao partido Yamina (à esquerda), e Nitzan Horowitz, Ministro da Saúde [@politicsIsrael_/Twitter]
Idit Silman, parlamentar israelense filiada ao partido Yamina (à esquerda), e Nitzan Horowitz, Ministro da Saúde [@politicsIsrael_/Twitter]

Idit Silman, chefe da coalizão de governo no Knesset (parlamento israelense), filiada ao partido Yamina, anunciou nesta terça-feira (6) desligar-se do gabinete do premiê Naftali Bennett, o que significa efetivamente a perda da maioria legislativa, reportou a imprensa local.

Silman decidiu sair da coalizão devido a divergências “ideológicas”, sobretudo com parceiros de coalizão da esquerda sionista. Sua renúncia será entregue formalmente ainda hoje, embora não se espere que a parlamentar abdique de seu assento no Knesset.

O estopim da recente debandada de partidos à direita deve-se a comentários do Ministro da Saúde Nitzan Horowitz no sentido de autorizar a distribuição de alimentos “chametz”, isto é, proibidos durante a Páscoa Judaica, nos hospitais de Israel.

Silman é a segunda congressista do Yamina a deixar a frágil coalizão de governo, após Amichai Chikli. Bennett conta agora com 60 deputados, o que impede maioria definitiva para aprovar o orçamento estatal e uma série de leis, sobretudo as chamadas “leis básicas”.

Segundo a imprensa, Silman recordou esforços para reaver uma união de trabalho com a coalizão, mas negou-se a “prejudicar a identidade judaica do povo e do Estado de Israel”.

LEIA: Ministro deixa governo de Israel e dá um golpe na coalizão

De acordo com a parlamentar, a “identidade judaica de Israel” representa o âmago de sua existência como ente sionista; portanto, um limite intransponível para políticas de estado.

Silman insistiu que o público desconhece os detalhes de bastidores porque tentou operar com discrição. No entanto, seu apoio à coalizão será suspenso enquanto “tenta persuadir amigos a voltar às origens e compor um governo de direita”.

“Sei que não sou a única a sentir-se assim”, acrescentou. “Podemos formar outro governo”.

Segundo rumores, Bennett soube da saída de Silman através da imprensa. Não obstante, uma fonte interna alegou que o governo concluirá seu mandato, até março de 2023, a despeito de não possuir uma maioria definitiva no congresso.

Bennett tentou contactar Silwan; porém, sem êxito. Diante da crise, com intuito de debater as repercussões a seu governo, o primeiro-ministro decidiu cancelar seus compromissos de hoje.

Bennett deve reunir-se então com seu premiê alternativo e chanceler, Yair Lapid, considerado responsável por costurar a delicada aliança política que enfim destituiu Benjamin Netanyahu.

Agora chefe da oposição, como presidente do partido Likud, Netanyahu enalteceu a decisão de Silman, a fim de recebê-la de volta ao “campo nacionalista”. O ex-premiê aproveitou a situação para apelar aos “representantes eleitos com votos da ala nacionalista que se juntem a Silman e voltem para a casa, onde serão recebidos com o devido respeito e braços abertos”.

Segundo o jornal Haaretz, uma fonte de alto escalão do governo alegou que Silman negociou com parceiros de Netanyahu para lhe assegurar uma vaga na lista de candidatos do Likud nas próximas eleições legislativas.

Sob o acordo, caso haja um novo governo Netanyahu, a atual presidente da Comissão de Saúde do Knesset seria então nomeada ao ministério correspondente, substituindo seu rival Horowitz.

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