O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, disse ontem que a decisão da Turquia de construir barragens que prejudicariam o povo iraniano e afetariam negativamente a água que flui para a República Islâmica “não é aceitável”, informou a agência de notícias local Irna.
“Dadas as condições ambientais que prevalecem na região, não é aceitável para nós que nosso país vizinho, a Turquia, tome medidas no campo da construção de barragens que causarão problemas para nosso povo no país e na região”, disse Abdollahian a membros do Conselho Shura iraniano.
Acrescentou que, nos últimos meses, discutiu o assunto com o seu homólogo turco pelo menos três vezes e pediu-lhe que preste muita atenção à construção de barragens no rio Aras.
Abdollahian explicou que, embora não houvesse acordo bilateral entre Irã e Turquia sobre cooperação hídrica, há quatro meses Teerã apresentou um pedido a Ancara para estabelecer um comitê bilateral conjunto de água para tratar das preocupações neste campo.
A declaração do ministro iraniano veio uma semana depois que ele enfatizou durante uma ligação telefônica com seu colega turco sobre a importância de acelerar a cooperação bilateral com a Turquia por meio de um “comitê conjunto de água” para lidar com as mudanças climáticas e questões hídricas.
Ao longo dos anos, o Irã e a Turquia construíram muitas barragens, reduzindo as principais fontes de água do Iraque.
A construção pela Turquia de uma barragem no rio Aras, que faz fronteira com o Irã, também ameaça a água que flui para a República Islâmica.
Iraque e Síria, que compartilham os rios Tigre e Eufrates, assinaram a Convenção das Nações Unidas de 1997 sobre a Lei dos Usos Não Navegacionais dos Cursos de Água Internacionais. Turquia e Irã não ativaram o acordo.
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