Os Emirados Árabes e os EUA discutiram o aprofundamento da cooperação militar ontem durante uma reunião entre o príncipe herdeiro, sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, e o general Michael Erik Kurilla, comandante do Comando Central dos EUA no Oriente Médio (CENTCOM, na sigla em inglês).
O CENTCOM é uma das 11 unidades de comando de combate unificadas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos que foram instaladas para combater ameaças. Para os críticos, no entanto, o papel dessas unidades de comando é a preservação da hegemonia dos EUA em todo o mundo. Abrangendo todas as regiões do globo, juntos eles coordenam as operações militares lideradas pelos americanos. Os Estados-Membros de uma unidade de comando específica realizam uma série de operações, incluindo exercícios militares combinados, oferecem assistência de segurança e partilham informações.
Bin Zayed, que também é vice-comandante Supremo das Forças Armadas dos Emirados Árabes, recebeu Kurilla no Palácio Qasr Al Shati em Abu Dhabi, segundo a agência de notícias estatal WAM, quando discutiram a consolidação da cooperação em defesa entre os dois países.
A reunião ocorre quando as potências mundiais fazem um último movimento desesperado para salvar o acordo nuclear com o Irã. O Estado do Golfo, juntamente com Israel, tem sido o mais forte oponente do acordo que o ex-presidente dos EUA Donald Trump retirou unilateralmente em 2018.
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Na semana passada, o Senado dos EUA aprovou por maioria esmagadora uma resolução não vinculativa que proíbe o governo Biden de remover a designação de terrorista do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) em troca de um renascimento do acordo. Teerã está desesperado para que essa designação seja levantada. A remoção do IRGC da designação de terrorista do CENTCOM poderia reduzir as tensões e ajudar a resolver o atual impasse.
Com a eleição para o Congresso dos EUA a apenas seis meses de distância e os republicanos – que parecem ter a maioria –, o governo Biden está correndo contra o tempo para salvar o acordo. O presidente, Joe Biden, fez questão de reviver o acordo assinado por seu antecessor, Barack Obama, mas os republicanos afirmaram que farão tudo o que puderem para bloquear o acordo.
Os Estados do Golfo também realizaram reuniões frenéticas recentemente com Teerã. A cooperação e a paz entre os países do Golfo, especialmente Irã e Arábia Saudita, podem ser críticas para o destino do acordo nuclear.