Em nota lida nos Atos da Nakba, em 15 de maio de 2022, as organizações brasileiras integrantes do Fórum Mundial de Mídia Livre – Ciranda.net, Intervozes, Jornalistas Livres, Brasil de Fato, Monitor do Oriente Médio (MEMO) – somaram-se aos apelos da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ) e seus sindicatos filiados, e da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), para que o assassinato da jornalista palestina Shireen Abu Akleh seja investigado de forma independente e incluido nas investigações do Tribunal Penal Internacional.
A Corte de Haia já havia sido acionada pela FIJ para investigar os crimes de Israel contra jornalistas que atuam na cobertura das operações da ocupação. A morte de Shireen, com um tiro certeiro na cabeça, quando usava equipamentos de proteção e colete indicando tratar-se de profissional de imprensa, foi o mais recente caso de assassinato de jornalista por soldados israelenses.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS) disse que este crime foi “deliberado e planejado para assassiná-la”. A entidade dos profissionais revelou ela estava com outros jornalistas, em área onde não havia confrontos com palestinos, nem outras pessoas no local, quando o grupo foi alvejado deliberadamente por por atiradores israelenses.A organização internacional que monitora e denuncia violências contra jornalistas em todo mundo, Repórteres Sem Fronteiras, também se manifestou questionando a intenção de Israel de participar das investigações do crime. A organização alerta que “Uma investigação internacional independente deve ser lançada o mais rápido possível.”
“Neste dia em que palestinos e palestinas, em sua terra e na Diáspora, relembram o 74º aniversário da Nakba – expulsão de palestinos e destruição de vilas para instalação do Estado de Israel, as organizações brasileiras do FMML `reforçam o apelo da FIJ à Corte de Haia para que a morte de Shireen e as mortes deliberadas de jornalistas palestinos pelas forças de Israel sejam investigadas como crimes de guerra.”- diz a nota.