O Hamas alertou nesta quarta-feira (18) que os apelos recentes de colonos radicais israelenses para demolir o Domo da Rocha, no complexo de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, equivalem a “brincar com fogo”.
“O chamado da entidade sionista Lahava para que colonos destruam o Domo da Rocha e ergam seu suposto tempo em seu lugar, no aniversário da ocupação de Jerusalém Oriental, representa uma provocação direta ao povo palestino e à Ummah islâmica [comunidade global]”, comentou o movimento palestino radicado em Gaza, em comunicado.
Autoridades israelenses emitiram seu aval para que a “marcha da bandeira”, evento organizado por militantes de extrema-direita, passe pelo Portão de Damasco, em Jerusalém, com intuito de celebrar a captura da parta leste da cidade, reivindicada como capital pelos palestinos.
A marcha deve ocorrer em 29 de maio.
A rádio pública israelense Kan afirmou que o ato foi aprovado após análise do Ministro de Segurança Pública Omer Bar-Lev e do Comissário de Polícia Kobi Shabtai.
“Responsabilizamos a ocupação por qualquer repercussão da perigosa escalada contra nossa identidade, nossos valores e nossos santuários”, acrescentou o Hamas. “Apelamos às massas palestinas para se reunirem e mobilizarem na Mesquita de Al-Aqsa e confrontarem os planos de judaização [de Jerusalém]”.
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“Também pedimos à Ummah, seus líderes e organizações que cumpram seus deveres históricos em proteger a Mesquita de Al-Aqsa, assim como às entidades da comunidade internacional que responsabilizem criminalmente a ocupação e impeçam tais avanços, que afetam toda a região”.
Durante a “marcha da bandeira” do último ano, colonos ilegais compartilharam fotos com armas pesados e mensagens como “Hoje não somos judeus; somos nazistas”.
Um relatório da Anistia Internacional sobre a conduta da polícia israelense, em maio e junho de 2021, constatou inação para defender os palestinos de supremacistas judaicos que convocaram ataques e divulgaram seus planos com antecedência.
Autoridades cancelaram previamente o evento nos arredores da Cidade Velha de Jerusalém ocupada, previsto para abril.
Entretanto, o retorno da marcha foi anunciado dias depois de soldados da ocupação invadirem Al-Aqsa e dispararem contra os fiéis. Ao menos 152 palestinos foram feridos na ocasião.