A Finlândia está disposta a assegurar à Turquia um maior monitoramento do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), grupo designado terrorista por Ancara, apontou neste domingo (22) o chanceler Pekka Haavisto, em entrevista à televisão local.
“Certamente podemos conceder tais garantias”, destacou Haavisto. “Dado que o PKK é considerado terrorista na Europa, é crucial fazermos nossa parte para impedir qualquer atividade criminosa em solo finlandês”.
Na última semana, Finlândia e Suécia solicitaram sua entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), mas a Turquia — estado-membro, com poder de veto — expressou oposição à medida.
Helsinque e Ancara, disse o ministro, podem solucionar questões relacionadas ao requerimento; contudo, pode levar semanas.
“Há alguns dias, eu disse que isso seria questão de dias”, acrescentou Haavisto. “Porém, para mantermos a cautela, podemos dizer agora que é questão de semanas. Estou otimista que os problemas serão resolvidos, mas pode levar tempo”.
Os comentários do chanceler sucedem em apenas um dia uma conversa por telefone entre o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e seu homólogo nórdico, Sauli Niinistö.
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Erdogan insistiu que ignorar a presença de “organizações terroristas” que representam ameaça a um parceiro da OTAN é incompatível com o “espírito de amizade e aliança”. Além disso, descreveu a luta contra o movimento curdo como “direito natural” do Estado da Turquia.
Suécia e Finlândia registraram seu pedido formal para filiar-se à coalizão armada na quarta-feira (18), decisão que rompe séculos de neutralidade militar diante da invasão russa na Ucrânia, que deflagrou-se em fevereiro.
A Turquia acusou ambos os países de tolerar e mesmo apoiar “entidades terroristas”. Ancara combate o PKK — considerado terrorista também por Estados Unidos e União Europeia — há mais de três décadas.