Um artigo de Bruno Beaklini, publicado originalmente no Monitor do Oriente Médio, e reproduzido em vários veículos, acabou sendo publicado e depois retirado do ar pelo site da Unisinos, IHU, após pressões de grupos sionistas no Brasil.
O artigo sobre “A espionagem sionista e o risco de sabotagem nas eleições brasileiras” trata de informação sobre acordo de cooperação do Brasil com a empresa israelense Cysourse, a pretexto da segurança das urnas eleitorais brasileiras entre outros argumentos.
O assunto já havia sido tratado pelos sites Brasil de Fato e GGN, conforme mencionado pelo articulista, que analisa o fato no bojo dos demais acordos com Israel nos campos militar e de segurança, recentemente aprovados pelo Congresso Nacional.
O artigo foi retirado do site após ataques à Unisinos, o que acabou se configurando como censura ao articulista, igualmente atacado por sionistas nas redes sociais. Solidaria a Bruno Beaklini, a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) enviou uma carta ao reitor da instituição, pedindo que a Unisinos “não sucumba aos chantagistas, pois ceder a eles é colaborar com a legitimação de suas ações, que têm por mister ocultar os crimes de lesa-humanidade na Palestina”.
As acusações que levaram à retirada do artigo são grosseiras e intolerantes. Conforme notícia da FEPALl, um participante de grupo de Facebook, atacando a Unisinos, afirmou que “Os jesuítas sempre foram, são e nunca deixarão de ser ‘antissemitas”, e o outro acusou o próprio “instituto humanitas da unisinos de antissemitismo. Isso em razão das críticas ao sionismo.
As críticas ao Estado de Israel foram consideradas por uma organização chamada StandWithUs como disseminação de ódio aos judeus e com esse argumento pediu à Unisinos a retirada do artigo.
O silenciamento forçado de jornalistas e articulistas tem sido uma prática dos defensores do Estado de Israel para ocultamento de seus crimes. Outra prática é associar essas críticas a antissemitismo, o que distorce o direito de qualquer pessoa criticar as ações israelenses contra palestinos e tem sido causa de censura e violência contra jornalistas.
A Fepal diz em sua carta que a ação contra Beaklini é uma “ação furiosa com que setores pró-Israel buscam criminalizar atores sociais, políticos, acadêmicos e profissionais dos meios de comunicação, no Brasil e no mundo, apenas por estes noticiarem os crimes de lesa-humanidade promovidos por Israel contra o povo palestino, dentre os quais os de limpeza étnica e de Apartheid”.
Rebatendo os argumentos da StandWithUs, a carta da FEPAL lembra que “criticar o nazismo e seus crimes não importa em criminalizar todo o povo alemão, ontem ou hoje, bem como não significa demonizar a Alemanha como nação e povo, negando-lhe o direito à autodeterminação” e que, pela mesma lógica, “criticar o sionismo não significa antijudaísmo, negação de direitos nacionais ou defesa do fim de Israel”.
O Monitor do Oriente mantém a publicação do artigo original de Bruno Beaklini, lamenta as tentativas de calar as vozes da imprensa e manifesta a ele sua solidariedade.
LEIA: A espionagem sionista e o risco de sabotagem nas eleições brasileiras