A Organização de Portos e Mares do Irã afirmou neste sábado (28) que os tripulantes dos dois petroleiros gregos apreendidos pela Guarda Revolucionária não foram detidos e permanecem em boas condições de saúde a bordo dos respectivos navios.
Teerã ordenou a retenção de duas embarcações nos mares do Golfo, na última sexta-feira (27), pouco depois de alertar para “atos punitivos” contra Atenas, devido ao envio de um petroleiro iraniano, confiscado no litoral grego, aos Estados Unidos.
“A tripulação dos dois petroleiros gregos não foi detida e todos os membros … estão em boa saúde e sob proteção, com acesso a todos os serviços necessários a bordo, em conformidade com a lei internacional”, reportou a agência iraniana em comunicado.
As duas embarcações foram impedidas de prosseguir por supostas “violações marítimas”, prosseguiu a nota; contudo, sem conceder detalhes.
A Grécia declarou que um helicóptero da Marinha do Irã pousou no navio Delta Poseidon, na sexta-feira, em águas internacionais e tomou a tripulação de refém. Outro incidente ocorreu em outro petroleiro de bandeira grega, perto do Irã. Atenas insiste que ambas os atos foram conduzidos em flagrante violação da lei internacional.
Em abril, autoridades gregas apreenderam o navio iraniano Pegas na costa mediterrânea, sob sanções da União Europeia. Os Estados Unidos confiscaram ainda a carga de outro petroleiro, reportou a agência Reuters na quinta-feira (26).
O Pegas e sua tripulação russa foram liberados posteriormente, mas as sucessivas apreensões alimentaram tensões entre a república islâmica e potências globais, que planejam restaurar o acordo nuclear assinado em 2015.
Neste contexto, a agência Nour News, afiliada aos órgãos de segurança de Teerã, advertiu: “O Irã não será passivo diante de ameaças a seus interesses; testar a força de vontade iraniana é um erro estratégico e dispendioso aos Estados Unidos e seu séquito”.
Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, afirmou no Twitter: “Nossas relações não devem ser frustradas por erros de cálculo profundamente imprudentes, incluindo roubo de carga a comando de terceiros”.
Em 2019, o Irã confiscou um petroleiro britânico perto do estreito de Hormuz por supostas violações. Duas semanas antes, o Reino Unido apreendeu um navio iraniano perto de Gibraltar, ao acusar a república islâmica de enviar petróleo à Síria, em detrimento das sanções europeias. Ambos os navios foram liberados posteriormente.
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