Soldados israelenses expulsaram mulheres e crianças palestinas de suas casas e passaram a destruir seus pertences e abrigos, reconstruídos das demolições anteriores.
A aldeia foi desmantelada 14 vezes apenas em 2021. Os residentes, porém, recusam-se a deixar suas terras ancestrais e insistem em reconstruir suas casas. A ocupação mantém atos de assédio e incitação, incluindo restrições severas, incursões cotidianas e apreensão de posses.
A Zochrot — ong radicada em Tel Aviv — demonstrou em um relatório recente que as origens de al-Araqeeb datam do período otomano e que as terras foram legalmente compradas pelos residentes palestinos.
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A aldeia foi arrasada pela primeira vez em julho de 2010. Toda vez que os beduínos restauram suas tendas e casebres, a ocupação israelense volta a destruí-los — eventualmente, múltiplas vezes em um único mês.
Localizada no deserto do Negev, al-Araqeeb é uma das 51 aldeias árabes “não-reconhecidas” pelo Estado de Israel, alvejada regularmente por incursões militares para expulsar os nativos palestinos e substituí-los por colonos judeus. Tratores israelenses — pelos quais os beduínos são cobrados — destroem tudo, de árvores a caixas d’água.
Os palestinos do Negev — isto é, no território palestino capturado em 1948, durante a Nakba; hoje, considerado Israel — são sujeitos às mesmas leis que cidadãos judeus, pagam impostos, mas não desfrutam dos mesmos direitos e serviços. O estado sionista recusa-se a conectar as aldeias à rede nacional de infraestrutura, incluindo água e outros serviços essenciais.
Autoridades da ocupação israelenses buscam confiscar as terras e expulsar seus residentes, mediante limpeza étnica planejada. Dezenas de aldeias e comunidades beduínas no Negev enfrentam a mesma ameaça, adverte a Zochrot.