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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ministro do gabinete paralelo britânico denuncia Israel por separar mães e bebês

Bambos Charalambous (centro), ministro do gabinete paralelo britânico para Oriente Médio [@BarnetLabour/Twitter]

Bambos Charalambous, ministro do gabinete paralelo britânico para Oriente Médio, condenou a política israelense de separar mães palestinas de bebês recém-nascidos, em artigo publicado no site de notícias Labour List, no qual descreveu a ocupação e colonização da Palestina como “barreira fundamental à paz”.

O gabinete paralelo representa um quadro alternativo e não-vinculativo de oficiais constituído pela oposição britânica, cujos membros equivalem aos integrantes do governo. Atualmente, a oposição ao conservador Boris Johnson é formada pelo Partido Trabalhista (Labour).

Charalambous retornou recentemente de uma visita de uma semana aos territórios ocupados, organizada pelo Conselho de Cooperação Árabe-Britânico e pela ong Medical Aid — Palestina.

Ao regressar de sua viagem, o parlamentar britânico — que representa o distrito de Enfield Southgate, na região de Londres — prometeu que um governo trabalhista “reconheceria de imediato o Estado da Palestina”, apesar de insistir na política de seu partido a favor de “dois estados”. No entanto, Charalambous reconheceu que o objetivo continua distante, devido à “realidade brutal da ocupação”.

De maneira menos previsível, o congressista descreveu em detalhes o processo diário de desumanização perpetrado pela ocupação militar contra os palestinos. “Nossa delegação testemunhou muitos exemplos. Crianças sob tratamento draconiano em cortes militares; demolição de lares e comunidades inteiras em Jerusalém Oriental; e ordens para destruir infraestrutura básica na Cisjordânia, incluindo uma clínica financiada em parte pelo Reino Unido”.

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Charambolous evitou descrever Israel como estado de apartheid — apesar do consenso de grupos internacionais de direitos humanos —, mas citou a evidente segregação racial entre colonos judeus e palestinos nativos, sobretudo em Hebron (Al-Khalil), Cisjordânia ocupada.

O congressista denunciou ainda a “enorme expansão” de assentamentos ilegais exclusivamente judaicos nas terras ocupadas, além da edificação de barreiras de concreto e arame farpado que seccionam integralmente comunidades palestinas.

Ao insistir que é impossível documentar toda a dimensão da brutal realidade da ocupação, Charalambous destacou o exemplo do sofrimento vivenciado por mães palestinas que são separadas de seus bebês recém-nascidos nos hospitais israelenses.

Charalambous descreveu o horror testemunhado ao visitar o Hospital Makassed em Jerusalém Oriental. Sua delegação foi conduzida a uma unidade neonatal de terapia intensiva, com nove incubadoras, nas quais repousavam sozinhos bebês prematuros. Nenhum dos recém-nascidos tinha companhia de mães ou familiares.

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“Por que estão sozinhos estes bebês?”, indagou o parlamentar, conforme o relato. Em seguida, esclareceu que — sob as regras da ocupação —, as mães têm autorização para permanecer no hospital por apenas três dias. Expirado o visto, devem regressar a Cisjordânia ou Faixa de Gaza, mesmo que seus filhos não estejam prontos para receber alta.

Além disso, médicos confirmaram a Charalambous que as mães não podem visitar seus bebês uma vez deixado o território. Mesmo reaver seus bebês após a recuperação é algo permeado de obstáculos, dado que os documentos da ocupação costumam demorar meses para serem promulgados. Tais práticas são consideradas “comuns”.

O parlamentar trabalhista recordou o caso de um dos bebês que recebera alta havia quatro meses, mas que não pôde se reunir com sua família devido à protelação israelense.

“O impacto de desumanização desta política é grave e profundo”, reafirmou Charalambous, ao aludir receios de depressão pós-natal e danos causados às crianças devido à separação familiar.

“Para assegurar um caminho a paz, creio que devemos procurar um caminho de mudanças sistêmicas, ao invés de melhoras pontuais”, prosseguiu seu artigo, ao manifestar ceticismo sobre o consenso adotado atualmente pelas potências ocidentais e seus entes políticos — incluindo o Partido Trabalhista britânico.

Ativistas reiteram que “soluções” de curto prazo deixam de abordar as raízes da ocupação, que perpetuam o regime de apartheid e colonização israelense.

“É importante que não nos refreemos de identificar a ocupação como obstáculo para a paz”, concluiu Charalambous. “Devemos ser rígidos em asseverar o respeito à lei internacional e a defesa dos direitos humanos”.

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