A ocupação israelense revogou um acordo para libertar o prisioneiro palestino Khalil Awawdeh, mantido em detenção administrativa — isto é, sem julgamento ou acusação —, após Awawdeh encerrar sua greve de fome de 111 dias.
Segundo a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos (SPP), autoridades sionistas estenderam a detenção administrativa imposta contra Awawdeh por quatro meses e três dias, apesar de promessas para libertá-lo com intuito de rematar seu protesto.
Khalil — pai de quatro filhos, de 40 anos de idade — foi preso em 27 de dezembro de 2021 e mantido sob detenção administrativa, renovada reiteradamente. Desde então, continua sob custódia na penitenciária de Ramleh, no centro do território considerado Israel.
Khalil Awawdeh sofre de dificuldades em comunicar-se e dores pelo corpo, sobretudo nos músculos e membros inferiores, devido a abusos e condições precárias de sua prisão.
Após uma visita à prisão de Ramleh, na última semana, o advogado Jawad Boulos relatou que Awawdeh apresenta problemas de visão e dificuldades para respirar, além de vomitar sangue com alguma periodicidade.
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Awawdeh foi brevemente transferido a um hospital, mas as autoridades israelenses logo o devolveram à clínica carcerária, apesar da deterioração de sua saúde.
“A saúde de Khalil está péssima e sua vida está em risco”, alertou Ameen Shouman, presidente da SPP, à rede New Arab. “Israel deu sua palavra de que libertaria Khalil Awawdeh; no entanto, sem indicar data. Trata-se de uma luta duríssima para Khalil e sua vida está em perigo”.
Segundo sua organização, há cerca de 4.700 prisioneiros palestinos nas cadeias de Israel, incluindo 600 pessoas sem qualquer julgamento ou sequer acusação.