Meninos somalis esperam na fila de um centro de distribuição de ‘alimentos úmidos’ do programa World Food no centro de Mogadíscio [Giles Clarke/Getty Images]
O número de crianças na Somália que precisavam de tratamento para a forma mais perigosa de desnutrição aumentou 300% nos primeiros seis meses de 2022, segundo a agência humanitária Save the Children, informou a Agência de Notícias Anadolu.
“Enquanto a Somália enfrenta o pior período de seca da história recente, mais de 200 crianças menores de cinco anos morreram de desnutrição aguda grave desde janeiro”, disse Adan Farah, assessor humanitário do grupo para a Somália, à Agência Anadolu.
As estimativas sugerem que cerca de metade da população da Somália, de cerca de 16 milhões, foi direta ou indiretamente afetada por uma das secas mais extremas do país em quatro décadas.
Mais de 7 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária e quase 1 milhão – a maioria crianças e mulheres – foram deslocadas.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários alertou que a Somália está testemunhando uma “insegurança alimentar catastrófica” pela primeira vez desde 2017.
Uma quarta estação chuvosa consecutiva sem precedentes em oito regiões da Somália levou as famílias afetadas à beira da fome, segundo a agência da ONU.
Farah explicou que a seca severa e seu impacto na segurança e disponibilidade alimentar deixaram as famílias incapazes de alimentar as crianças nas áreas afetadas mais de uma vez por dia.
“A falta de dieta adequada e a lacuna na ingestão de alimentos estão deixando as crianças gravemente e agudamente desnutridas”, acrescentou.
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