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Guterres da ONU se diz ‘chocado por Israel ferir e matar crianças palestinas’

Secretário-Geral das Nações Unidas Antonio Guterres em 26 de abril de 2022 [Ministério das Relações Exteriores da Rússia/Agência Anadolu]

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “chocado com a morte e ferimento de crianças palestinas por forças israelenses em ataques aéreos em áreas densamente povoadas, pelo uso de munição real e pela contínua falta de responsabilidade por essas violações”.

Em seu relatório anual “Crianças e Conflitos Armados”, a ONU disse que as forças de ocupação israelenses mataram 78 crianças palestinas, mutilaram outras 982 e detiveram 637 em 2021.

“Caso a situação se repita em 2022, sem melhora significativa, Israel deve ser listado”, alertou Guterres no relatório, em referência às partes que adotaram medidas destinadas a melhorar a proteção das crianças durante o período do relatório e aquelas que não.

Portanto, ele reiterou seu apelo para que “as forças israelenses exerçam o máximo de contenção para proteger vidas e implementar medidas preventivas, e revisar e fortalecer seus procedimentos para acabar e impedir qualquer uso excessivo de força contra crianças”.

Guterres, pela primeira vez, reconheceu que há uma falta sistemática de responsabilidade pelas violações israelenses contra crianças palestinas, pedindo que “Israel investigue todos os casos em que munição real foi usada”.

O relatório da ONU destacou a questão das crianças palestinas nas prisões israelenses, onde Guterres enfatizou “a necessidade de Israel aderir aos padrões internacionais em relação à detenção de crianças e acabar com a detenção administrativa, maus-tratos e violência”.

Ele também expressou sua preocupação com “os crescentes ataques israelenses a escolas e instituições educacionais que atendem crianças”, enfatizando a necessidade de fornecer a assistência humanitária e de saúde necessária às crianças sem nenhum obstáculo israelense.

LEIA: ‘Impunidade internacional é a espinha dorsal da ocupação israelense’

De acordo com o relatório, a ONU descobriu que pelo menos 2.425 meninas e 13.663 meninos foram vítimas de violações verificadas que incluíram sequestros, violência sexual, ataques a escolas e hospitais e negação de ajuda médica e humanitária durante os conflitos ocorridos em 2021.

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