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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Especialistas da ONU pedem soltura do prisioneiro palestino Ahmed Manasra

Prisioneiro palestino Ahmed Manasra durante audiência na corte israelense de Be’er Sheva, em 13 de abril de 2022 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Na quinta-feira (14), especialistas em direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) fizeram um novo apelo a Israel para libertar imediatamente o prisioneiro palestino Ahmed Manasra, de 20 anos, encarcerado desde os 14 anos de idade, que sofre de graves doenças mentais.

“A prisão de Ahmed por mais de seis anos o privou da infância, do ambiente e da proteção familiar e de todos os direitos que lhes estariam assegurados como criança”, afirmaram os peritos segundo o website oficial das Nações Unidas.

“O caso é aterrador em diversos aspectos e sua detenção contínua, apesar da deterioração de suas condições mentais, representa uma mancha para todos nós, como parte da comunidade internacional de direitos humanos”, acrescentaram os experts.

Dentre os experts: Francesca Albanese, relatora especial de direitos humanos nos territórios palestinos desde 1967; Fionnuala Ní Aoláin, relatora para promoção e proteção dos direitos humanos no combate ao terrorismo; E. Tendayi Achiume, relator especial sobre o racismo e formas de discriminação; e Tlaleng Mofokeng, relator sobre o direito à saúde.

“Cenas angustiantes de uma criança com os ossos quebrados jogada contra o chão sob insultos e ameaças em língua estrangeira, proferidos por adultos armados; deste mesmo menino sendo alimentado na boca por mãos estranhas, acorrentado a um leito de hospital; então interrogado com violência em franca violação das normas de direitos humanos e dos princípios referentes à detenção de uma criança continuam a assombrar nossa consciência”, prosseguiram os experts. “Para Ahmad, dizemos: lamentamos ter falhado em protegê-lo”.

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Em 2015, Ahmed – com então 13 anos – e seu primo dois anos mais velho foram acusados de esfaquear dois colonos israelenses radicados no assentamento de Pisgat Ze’ev, na Cisjordânia ocupada. Seu primo foi baleado e morto. Ahmed foi atropelado e agredido por uma multidão de colonos; sofreu então traumatismo craniano.

Após sua prisão, vídeos viralizaram nas redes sociais e na mídia tradicional de um jovem Ahmed sob interrogatório severo sem a presença de seus pais ou de um advogado.

Após seu aniversário de 14 anos em 2016, Ahmed foi condenado a 12 anos em regime fechado por tentativa de homicídio. No momento do suposto crime, todavia, a lei israelense não previa maioridade penal de 14 anos e Ahmed, portanto, não poderia ser aprisionado.

A pena foi reduzida a nove anos e meio, mas sua saúde mental se degradou cada vez mais devido às condições precárias de sua prisão, recorrente confinamento solitário e distância compulsória de sua família.

Apesar de suas condições de saúde, as autoridades da ocupação insistem em rejeitar os apelos dos advogados e de ativistas internacionais pela soltura antecipada de Ahmed Manasra.

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Laudos medicos confirmam que Ahmed sofre de esquizofrenia devido ao impacto devastador de seu tratado em custódio desde a infância.

“O confinamento solitário para uma criança por período tão prolongado equivale a tortura e é restrito em todas as circunstâncias sob a lei internacional”, advertiram os experts.

“Ahmed deve receber urgentemente cuidados de saúde mental, sobretudo diante de relatos de que põe a si próprio sob risco. O caso de Ahmed concede provas claras das práticas deliberadas do estado israelense para submeter os palestinos, incluindo crianças, a prisão arbitrária, tortura e tratamento desumano, comumente disfarçados de resposta ‘legítima’ ao terrorismo”.

Segundo o website das Nações Unidas, os especialistas mantêm contato com o governo israelense para demonstrar sua apreensão sobre Ahmed Manasra.

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