O regime de Bashar al-Assad anunciou nesta quarta-feira (20) romper laços com Kiyv após seu homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky adotar a mesma medida devido ao reconhecimento sírio das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, de caráter pró-Rússia.
De acordo com a imprensa estatal síria, uma fonte na chancelaria em Damasco observou: “A República Árabe da Síria decidiu romper suas relações diplomáticas com a Ucrânia conforme princípio de reciprocidade, em resposta à mesma decisão do governo ucraniano”.
Em 29 de junho, Zelensky anunciou o “fim” das relações entre as partes e insistiu que “pressão sobre sanções a Damasco deve se intensificar”.
A decisão sucedeu em horas o reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk pelo estado sírio – primeiro a fazê-lo após a Rússia, que proclamou a separação das províncias em questão três dias antes de sua invasão militar ao país vizinho, em 21 de fevereiro.
Moscou é o principal apoiador de Assad. Desde o início da guerra civil, em 2011, o governo russo de Vladimir Putin concedeu suporte militar, econômico e diplomático à ditadura síria, sobretudo por meio de seu poder veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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Desde 2015, o Kremlin intervém diretamente no país levantino, o que alterou o equilíbrio de poder em benefício de Assad e permitiu ao presidente isolado reaver controle sobre a maior parte do território nacional.
Analistas observam que o modelo de guerra adotado por Moscou em Aleppo e outras cidades sírias é reciclado na Ucrânia. Há ainda relatos da presença de mercenários sírios no Leste Europeu.