Esta semana vivenciou um pico das invasões e agressões de colonos israelenses na Cisjordânia ocupada, cujo intuito é anexar mais e mais terras palestinas e instalar novos postos avançados, ilegais sob a lei internacional e mesmo sob a legislação sionista.
Sob uma campanha promovida pelo movimento de extrema-direita Nachala, chefiado pela ativista colonial Daniella Weiss, seus correligionários adotaram a missão de difundir postos avançados exclusivamente judaicos por toda a Cisjordânia.
Nesta quinta-feira (21), colonos ligados ao Nachala tentaram instalar ao menos três novos postos ilegais.
Segundo a rede de imprensa Mondoweiss, os colonos operam sob a estratégica de entrar em massa em diversos locais atribuídos a eles pela liderança do Nachala, onde instalam tendas e caravanas antes de declarar as terras ocupadas como um novo assentamento.
Conforme relatos, o movimento extremista planeja sua onda de operações há meses, ao mobilizar e financiar colonos no território considerado Israel – ocupado durante a Nakba, mediante limpeza étnica, em 1948.
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O Nachala também angariou apoio de políticos do estado sionista.
Segundo o jornal Times of Israel, o movimento instalou ao menos 28 agrupamentos coloniais ao instalar supostos colégios e escolas de caráter religioso nas terras ocupadas. A ofensiva colonial deve proceder nas próximas semanas.
Embora os postos avançados sejam similares aos assentamentos no que se refere à lei internacional, tais agrupamentos carecem de subsídios e aprovação formal de Tel Aviv.
Segundo a ong Peace Now, há hoje 150 postos avançados na Cisjordânia ocupada contra 132 assentamentos deferidos pelo regime sionista. Agrupamentos coloniais, portanto, superam o avanço formal e servem de pretexto para encobrir a anexação de terras por Israel.
Nesta semana, o Ministro da Defesa de Israel Benny Gantz divulgou uma nota de repúdio contra a iniciativa do movimento Nachala, ao alegar que tropas militares e policiais estão instruídas a impedir tais operações, incluindo a instalação de postos ilegais.
Em comunicado, não obstante, o exército israelense confirmou “preparar estradas, postos de controle e posições estratégicas na Judeia e Samaria [Cisjordânia] para manter a segurança, a lei e a ordem”.
A despeito dos alertas e notas de repúdio, vídeos que circularam nas redes sociais mostram soldados reprimindo manifestantes palestinos que buscam contrapor o avanço dos colonos ilegais e seus postos avançados.
A União Europeia também denunciou o movimento Nachala, ao declarar “apreensão” sobre as repercussões de sua ofensiva. O bloco reconheceu que os “postos avançados costumam servir para expandir os assentamentos israelenses e representam uma fonte direta para aumento na violência colonial contra os palestinos”.
A violência, no entanto, antecede as operações do movimento.
Em junho, membros do Nachala realizaram atividades de reconhecimento e planejamento no distrito de Salfit, na Cisjordânia ocupada. Na ocasião, colonos assassinaram a facadas Ali Harb, cidadão palestino de 27 anos.
Mais recentemente, na noite de terça-feira (19), colonos executaram um ataque de larga escala contra a aldeia palestina de Burin, no distrito de Nablus, ao vandalizar casas e incendiar terras e plantações pertencentes aos palestinos locais.
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