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Dia Mundial contra Tráfico de Pessoas ressalta uso e abuso de tecnologiasBR

Pandemia de Covid-19 coloca vulneráveis em maior risco de se tornarem vítimas de tráfico humano. [Noorani/UNICEF]

Este 30 de julho é o Dia Internacional contra o Tráfico de Pessoas, um crime horroroso e um ataque em cheio aos direitos, segurança e dignidade dos seres humanos.

O tema deste ano é “uso e abuso da tecnologia” na prática desse crime, que atinge milhares de mulheres, crianças e homens todos os anos. Quase todos os países do mundo são afetados pelo tráfico humano como destino, origem ou trânsito.

Tráfico humano está em quase todos os países

O Dia Mundial foi proclamado pela Assembleia Geral numa resolução, em 2013.

Dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, de 2018 mostram que 50 mil pessoas foram detectadas como vítimas do tráfico humano em 148 países, naquele ano.Metade dessas vítimas foi traficada para fins sexuais, 38% foram exploradas no trabalho forçado.

Em todo o mundo, uma em cada três vítimas é criança. A quantidade de crianças triplicou, e o de meninos aumentou 500% nos últimos cinco anos.

Meninas e mulheres, as maiores vítimas

Em mensagem, o líder das Nações Unidas, António Guterres, lembra que o problema está se tornando pior, especialmente para meninas e mulheres, que são a maioria das vítimas de tráfico humano em todo o mundo.

Um outro agravante são os conflitos, deslocamentos forçados, crise climática, desigualdade e a pobreza que têm deixado dezenas de milhões de pessoas numa situação de vulnerabilidade.

Muitos desprovidos do mínimo para viver e isolados estão sendo enganados por traficantes de seres humanos principalmente na internet.

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Guterres lembrou ainda a pandemia da Covid-19 que separou crianças e jovens de seus amigos e pares. Com isso, eles passaram a ficar mais tempo sozinhos online.

Os criminosos estão se aproveitando dessas falhas e fraquezas para rastrear, controlar e explorar as vítimas utilizando tecnologia sofisticada para identificá-las.

Traficantes de pessoas ocultam suas identidades na dark web

Na internet, eles também recrutam e enganam as pessoas com falsas promessas de emprego.

Esses crimes ocorrem na chamada dark web, a parte da internet de difícil rastreio, que permite aos bandidos ocultarem suas identidades ao mesmo tempo em que espalham material criminoso, que exploram crianças sexualmente.

Para o secretário-geral da ONU, o tema deste ano, a tecnologia, pode ser também uma arma para combater o tráfico de seres humanos.

Para isso, é preciso que os governos, agências reguladoras, empresas e a sociedade civil se juntem em políticas, legislações e soluções que apoiem as vítimas e punam os culpados.

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Espaço seguro para todos e um Pacto Digital Global

A internet, para Guterres, deve ser um espaço seguro e aberto para todos.

No próximo ano, a ONU realizará o Encontro de Cúpula do Futuro.

A proposta do secretário-geral é um Pacto Digital Global que mobilize o mundo para a necessidade de trazer boa governança para o espaço cibernético.

António Guterres apela neste Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas para o fim desse flagelo de uma vez por todas.

Publicado originalmente em ONU News

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